Onde está o dinheiro?
Onde está o dinheiro?/ O gato comeu, o gato comeu/ E ninguém viu
O gato fugiu, o gato fugiu/ O seu paradeiro/ Está no estrangeiro/ Onde está o dinheiro.
A clássica música da saudosa Gal Costa mostra bem como o uso de recursos públicos, como os bilionários fundos eleitoral e partidário, vira uma festa no País.
Até agora, os 28.487 candidatos das eleições de outubro declararam ter recebido R$ 4,83 bilhões em ambas as fontes.
Números
E os números devem crescer ainda mais, pois encerra-se neste sábado (19) o prazo final para prestação de contas dos candidatos que disputaram o segundo turno.
O período para os candidatos a deputado se encerrou no início do mês.

Foto Divulgação
Da Baixada Santista
Assim, entre os eleitos – 5 federais e 5 estaduais – da Baixada Santista, o montante recebido chegou a R$ 17,57 milhões, sendo R$ 14,2 milhões entre os federais e R$ 3,3 milhões entre os estaduais.
Sobrou algo?
A despeito do expressivo volume de recursos recebidos para as campanhas eleitorais, a sobra dos recursos foi pífia entre os parlamentares.
Meros R$ 63.320,89 – o equivalente ao preço do carro popular mais barato no mercado.
O montante equivale a ridículos 0,36% do valor total arrecadado.
Extremos
Aliás, este montante só foi obtido graças ao registro de sobra de campanha da deputada eleita Marina Silva (Rede).
Ela devolveu R$ 43.616,79 – equivalente a 69% de tudo que foi devolvido pelos 10 parlamentares eleitos da região.
Marina recebeu R$ 2,8 milhões para a campanha.
Federais
Na sequência, as maiores sobras ficaram com o Delegado da Cunha – PP (R$ 9.134,82, de um total de R$ 2,3 milhões recebidos).
Ainda: Paulo Alexandre Barbosa – PSDB (R$ 7.291,34 de um total de R$ 3,18 milhões recebidos).
A campanha de Alberto Mourão – MDB devolveu R$ 1.337,58 de um total de R$ 2,83 milhões recebidos.
Já Rosana Valle (PL) não declarou sobra financeira, apesar da sua campanha ter ficado com R$ 3,04 milhões.
Estaduais
Entre os estaduais, os valores variam de R$ 1.439,36 no caso de Caio França (campanha com R$ 952 mil na conta) a Paulo Mansur.
Este devolveu R$ 24,65, dentro dos R$ 311,5 mil recebidos.
Também do PL, o deputado Tenente Coimbra não declarou devolução de recursos públicos, a despeito da sua campanha ficar com R$ 512,3 mil.
Reflexo social I
Os sucessivos assaltos que atingem a região nos últimos dias – como os assaltos a joalheria e atacadistas Mercadão e Makro – são um reflexo da negligência que o governo estadual trata a Baixada Santista há décadas, com o crescimento de comunidades carentes, onde o crime organizado só cresce.
Reflexo social II
Sem uma ação social e policial conjunta, o cenário só irá piorar.
Afinal, a Baixada Santista registra um dos piores indicadores sociais no Estado de SP.
Espera-se que o governo Tarcísio de Freitas (Rep) tenha uma atenção especial com a região.
Caçadores de fantasmas
Aliás, um importante observador político declarou que o futuro governo estadual iniciará uma verdadeira caça aos servidores fantasmas espalhados em autarquias e secretarias.
De olho
Por sua vez, grupos políticos já se movimentam de olho nos cargos disponíveis na Agem – Agência Metropolitana da Baixada Santista.
Quem resolve?
Quando …
as autoridades tomarão atitudes enérgicas contra os arrastões que ocorrem na região?
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