Em vigor desde 20 de fevereiro do ano passado, a tarifa do transporte municipal de Santos terá reajuste nos próximos dias.
O índice ainda não foi divulgado – o que ocorrerá logo, como antecipa o presidente da CET Santos, Antonio Carlos Gonçalves.
Portanto, não será surpresa se durante o Carnaval ocorrer a majoração da tarifa.
No entanto, o índice não chegará a dois dígitos – como ocorreu com o aumento dos servidores (11%) e do IPTU (10,07%).
“O reequilíbrio da tarifa é um desafio. Por sua vez, não pode ser um valor que afugente o usuário, pois há uma disputa com os veículos por aplicativo”, esclarece.
Assim, o índice deve variar entre 5% a 6% – o que passaria, em tese, da atual tarifa de R$ 4,95 para, pelo menos, R$ 5,20 ou R$ 5,25 – ou um pouco mais.
Ou seja, elevação de R$ 0,25 ou R$ 0,30/passagem, no mínimo.
Subsídio também
Além disso, o índice também seria aplicado ao subsídio pago pela prefeitura de Santos desde meados de 2021.
Atualmente, o município paga R$ 1,1 milhão/mês, conforme previsto no Orçamento.
Ou seja, R$ 13,2 milhões/ano destinados para a empresa concessionária do transporte municipal.
Assim, mantendo o mesmo índice, o valor a ser repassado passaria para R$ 1,155 milhão/mês, no mínimo.
Ou seja, o novo valor seria, pelo menos, R$ 13,86 milhões/ano, caso o percentual seja de 5%.
O índice oficial da inflação no ano passado chegou a 5,79%.
No entanto, o cálculo da tarifa do transporte municipal não se baseia na inflação, mas nos índices do Gepot, na área de transportes.
Metade dos custos tarifários estão representados nos salários dos motoristas.
O diesel também tem impacto significativo.
Gonçalves ressalta que no ano passado o Governo Federal subsidiou recursos aos municípios para atender a demanda em razão da tarifa grátis a passageiros entre 60 a 65 anos, o que foi abatido do montante repassado como subsídio pela prefeitura.
Santos cobra a tarifa nesta faixa etária, o que não ocorre com os ônibus intermunicipais.
“Isso afugenta muitos dos nosso usuários”, reconhece.
Valores
“Até o ano passado, a tarifa do transporte deveria ser de R$ 6,00. Com a tarifa de R$ 4,95 e o subsídio, o custo fica em cerca de R$ 5,55 por tarifa”, salienta.
Não bastasse, antes da pandemia, o transporte municipal transportava 3,2 milhões de passageiros/mês.
Hoje, 1,6 milhão – exatamente a metade, em razão do aumento da presença dos aplicativos e outras opções de transporte – como as próprias ciclovias e os ônibus intermunicipais que isentam o público entre 60 e 65 anos, por exemplos.
“Muitas linhas intermunicipais fazem trajetos semelhantes às municipais”, ressalta.
A CET tenta junta a EMTU – responsável pelas linhas intermunicipais – ações para evitar este tipo de situação.

Segundo Antonio Carlos Gonçalves, desafio é equacionar o aumento dos custos sem perder o volume de passageiros, já reduzido em 50% no período anterior ao início da pandemia. Foto: Reprodução/Jornal Enfoque
Outros temas
O presidente da CET Santos, Antonio Carlos Gonçalves, também falou sobre os estudos que a empresa está realizando em bairros da Cidade, niciando pelo Marapé e Aparecida e depois a Ponta da Praia.
“Vamos colocar câmeras móveis para monitorar a volumetria de veículos para verificar o comportamento do trânsito ao longo do dia”, salienta.
“E assim implantar as mudanças necessárias. As definições deverão ser feitas tecnicamente e não por feeling, como era antigamente”, complementa.
Em breve, a região dos canais 1 e 2, envolvendo bairros como Marapé, Vila Belmiro, Campo Grande e Vila Mathias, receberão o impacto com a construção da futura arena do Santos FC.
Além do novo empreendimento comercial e residencial, inclusive a instalação de um shopping, na área próxima à Santa Casa, junto aos clubes Portuguesa Santista e Portuários.
Em nota, a Prefeitura apenas informou que “estão sendo realizados os estudos acerca do assunto, com conclusão prevista para os próximos dias”.
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