Atividades marcam as comemorações do Dia Internacional da Mulher em Santos.
Elas começam a partir das 17h, com concentração em frente à Estação da Cidadania de Santos (Avenida Ana Costa, 340, Vila Mathias).
A passeata está programada para iniciar por volta das 19 horas.
O mote é “Mulheres nas ruas em defesa da democracia. Punição aos golpistas e racistas” denuncia a redução de direitos e as lutas necessárias para manter a democracia e garantir a recuperação do País.
Organizado pela Frente Feminista da Baixada Santista, o ato contará com a participação de mulheres artistas da região, microfone aberto para as mulheres e espaço para que as mães tragam suas crianças.
Assim, as palavras de ordem presentes na pauta das mulheres e as falas das representantes dos movimentos sociais, coletivos, sindicatos e partidos serão intercaladas com as apresentações culturais.
Além disso, mulheres artistas da Cidade estarão colaborando com a reflexão sobre a vida das mulheres, a violência doméstica, o feminicídio, o estupro e a violência política.
A Frente Feminista da Baixada Santista elaborou um manifesto que diz:
“Nós, mulheres, somos resistência contra o fascismo e denunciamos o retrocesso dos direitos da população, em especial das mulheres periféricas e negras”.
Violência política
Segundo dados globais da ONU, 82% das mulheres já sofreram violência psicológica; 45% foram vítimas de ameaças e 20% de assédio sexual.
No Brasil, relatório do Instituto Alziras revelou que 53% já sofreram violência política de gênero.
Além disso, 23% tiveram suas falas ou trabalho desmerecidos pelo fato de serem mulheres.
Em 2022, na Baixada Santista foram 461 estupros, sendo 354 de vulneráveis.
Assim, no Estado de São Paulo, a cada dois dias uma mulher foi vítima de feminicídio, um aumento de 69,2% e um total de 187 mortes.
Dessa forma, em relação ao estupro, mais de um estupro por hora, de acordo com a Secretaria de Segurança do Estado.
No Brasil, os casos de feminicídios e ameaças não têm sido diferentes.
Por sua vez, só no primeiro semestre, o País registrou 699 mulheres assassinadas, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Em São Paulo, foram 75.248 denúncias, o que representa oito ocorrências/hora.
Sobre o 8 de março
Vários protestos e greves já ocorriam na Europa e nos Estados Unidos desde a segunda metade do século XIX.
Assim, a maioria deles reivindicavam melhorias nas condições de trabalho nas fábricas e a concessão de direitos trabalhistas e eleitorais para as mulheres
Em 1910, em Copenhague, no II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, Clara Zetkin, membro do PC Alemão, propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher (sem estipular uma data).
Dessa forma, para possibilitar que o movimento operário pudesse dar maior atenção à causa das mulheres trabalhadoras.
O incêndio de 25 de março de 1911 (onde 125 mulheres e 21 homens morreram queimadas num incêndio numa fábrica) viria a ser sugerido nos EUA como dia simbólico das mulheres como sugerido por Clara Zetkin.
Por sua vez, o movimento feminista e as demais associações de mulheres em 8 de março de 1917, na Rússia, realizam uma primeira marcha por direitos.
Assim, a partir dos anos 1960, a comemoração do dia 8 de março já tinha se tornado tradicional sendo oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) apenas em 1975, declarando o Ano Internacional das Mulheres.
Dessa forma, tornou o dia 8 como destinado a ações voltadas ao combate das desigualdades e discriminação de gênero em todo mundo.
Assim, o Dia Internacional da Mulher não foi criado por influência de uma tragédia.
E sim por décadas de engajamento político das mulheres pelo reconhecimento de sua causa.