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Cultura

05 DE JUNHO DE 2023

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Ubu Rei, do grupo Os Geraldos, estreia no Sesc Santos

Apresentação única no Teatro do Sesc Santos – no dia 10 de junho de 2023, sábado, às 20 horas

Por: Da Redação

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Ubu Rei, de Alfred Jarry, mais recente produção do grupo Os Geraldos, de Campinas (SP), em mais uma parceria do grupo com o premiado diretor mineiro Gabriel Villela, fará única apresentação no Teatro do Sesc Santos – no dia 10 de junho de 2023, sábado, às 20 horas.

O espetáculo acaba de encerrar uma temporada de dois meses no Teatro Anchieta (Sesc Consolação), um dos espaços culturais mais importantes de São Paulo, com ingressos esgotados em 21 sessões, e agora segue pelo interior paulista – mais de 8.000 pessoas já assistiram à peça. Com tradução de Bárbara e Gregório Duvivier e adaptação do grupo e do diretor, a peça – um clássico do teatro ocidental, marco de ruptura e transgressão no século XIX – revela-se mais contemporânea do que nunca, ao fazer uma sátira do Brasil atual. No elenco está Valéria Aguiar, nascida em Santos e atriz do grupo desde 2018.

O espetáculo marca o segundo encontro do diretor Gabriel Villela com o grupo Os Geraldos. A primeira parceria resultou no espetáculo Cordel do Amor sem Fim – ou A Flor do Chico, de Claudia Barral, que tem circulado por importantes circuitos teatrais brasileiros. 

O teatro popular é o território que liga o grupo ao diretor, que, com uma estética vinculada às raízes culturais do Brasil profundo, trabalha na criação de pontes de sentido entre os clássicos e o contexto do espectador. Ubu Rei faz uma sátira do poder obtido por usurpação e exercido com tirania, ao apresentar Pai e Mãe Ubu, um casal entregue à barbárie que invade a Polônia e, assassinando o rei, assume o seu trono. 

Considerado por dadaístas e surrealistas como precursor desses movimentos, assim como do teatro do absurdo e da performance, Jarry oferece o material dramático de que Villela e o grupo Os Geraldos precisam para responder, com beleza e humor ácido e inteligente, a este momento histórico de caretice, autoritarismo e vulgaridade, que exige ruptura, por meio do pensamento e da arte, como o fez historicamente essa peça. 

Responsável pela produção do projeto, o grupo campineiro Os Geraldos, que completa 15 anos em 2023, contou com nomes relevantes do cenário nacional das artes cênicas, como o diretor Gabriel Villela, o assistente de direção Ivan Andrade, os preparadores vocais Babaya Morais e Everton Gennari, dentre mais de 30 pessoas, que estão diretamente envolvidas na produção do espetáculo, com 14 atores no elenco.

 

Sobre o espetáculo, Villela ressalta a vinculação direta com a situação sócio-político-cultural brasileira. “Nós criamos um delírio tropical, em que fazemos uma sátira afiada do nosso país, respondendo, com violência poética, à selvageria e à estupidez destes tempos”, declara o diretor.

Foto: Divulgação

Atualidade no palco

 

Mesmo se tratando de um texto escrito no final do século XIX, o texto de Ubu Rei fala muito sobre os dias atuais. Para transpor a nova versão para a obra de Alfred Jarry (considerado o pai do teatro do absurdo), Os Geraldos e Gabriel Villela optaram por fazer uso da estética e da música para deixar ainda mais evidente o surrealismo da linguagem. A ideia é provocar no espectador uma sensação de vertigem, sair do prumo, balançar o extremismo posto em cena, fazer o espectador embarcar num delírio tropical, universal sobre os extremismos postos.

Entre as coisas que unem o grupo paulista e o diretor mineiro é o modo de usar a música para contar a história. São 18 canções (entre íntegras, versos, pedaços, melodias etc), interpretadas ao vivo pelos atores – com acompanhamento do maestro Everton Gennari, responsável pela direção musical (com Babaya Morais), ao piano. E uma inusitada homenagem à Miriam Batucada, com os artistas tocando caixa de fósforo.

São músicas do cancioneiro popular brasileiro e latino-americano – como Geraldo Vandré, Raul Seixas, Inezita Barroso, entre outros compositores. As canções são elementos da dramaturgia, servindo tanto como prólogo (protofonia musical) até para juntar cenas e atos, ou mesmo para levar as cenas para outro lugar.

Se na primeira parceria entre os artistas (Cordel do Amor sem Fim) o lirismo estava em cena, com a estética romântica que remete às cores de uma tempestade – azul, vinho… -, em Ubu Rei é o deboche que está em cena. Para a versão desse clássico do absurdo, o cenário e os figurinos trazem muito brilho, cores quentes, quase uma estética de cabaret, numa referência ao programa do Chacrinha.

O figurino traz diversas referências, com elementos do Japão, da África, porém misturado com estilos que remetem ao brega, trajes de festa envelhecidos, datados, desatualizados, com cortes desiguais, que mostram a decadência daquela sociedade posta em cena.

 

 

Sobre o grupo

 

Os Geraldos tem sede em Campinas (SP) desde 2008 e atua em três frentes de trabalho: Criação Artística, ao criar e manter em circulação seus espetáculos;  Projetos Formativos, ao oferecer cursos sobre a arte do ator e gestão cultural, a partir da prática do grupo e de pesquisas de mestrado e doutorado de seus integrantes; e Territórios Culturais, ao instituir espaços que possam sediar, para além das atividades do grupo, outros eventos artísticos, como ocorre em sua atual sede, o Teatro de Arte e Ofício (TAO), um dos mais importantes espaços culturais de Campinas. 

O grupo já circulou por mais de 80 municípios, de três países e de dez estados brasileiros, e foi indicado ao Prêmio Governador do Estado de Territórios Culturais (2017), além de receber mais de 40 prêmios, em festivais nacionais e internacionais.

 

Ficha técnica

 

Direção, cenário e figurino: Gabriel Villela

Direção adjunta e iluminação: Ivan Andrade

Dramaturgia: Alfred Jarry

Tradução: Bárbara Duvivier e Gregório Duvivier

Adaptação dramatúrgica: Gabriel Villela e Os Geraldos

Arranjos Musicais – Everton Gennari

Direção musical e preparação vocal: Babaya Morais e Everton Gennari

Elenco: Carolina Delduque, Ciça de Carvalho, Douglas Novais, Everton Gennari, João Fernandes, Julia Cavalcanti, Gabriel Sobreiro, Gileade Batista, Paula Mathenhauer Guerreiro, Patrícia Palaçon, Railan Andrade, Roberta Postale, Valéria Aguiar e Vinicius Santino

Assistência de figurino e adereços: Cristiana Cunha e Emme Toniolo

Costura: Ateliê de Dona Zilda Peres Villela

Fotografia: Stephanie Lauria

Visagismo: Claudinei Hidalgo

Maquiagem: Patrícia Barbosa

Design gráfico: Vanessa Cavalcanti

Assistência de produção: Bruna Paifer e Nicole Mesquita

Coordenação de produção: Tatiana Alves

Coordenação geral: Douglas Novais

Produção: Os Geraldos

 

Onde fica

Ubu Rei

Data: 10 de junho, sábado, às 20 horas

Local: Teatro Sesc Santos (R. Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida, Santos – SP)

Ingressos: Ingressos: R$30,00 (inteira), R$15,00 (Meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$10,00 (Credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes) – Os ingressos estarão disponíveis para venda em sescsp.org.br e no app Credencial Sesc SP a partir de 30/05, terça, às 12h, ou nas bilheterias do Sesc SP, a partir de 31/05, quarta, às 17h.

Duração: 80 minutos

Classificação indicativa: 18 anos 

Lotação: 765 lugares

  

Sesc Santos

Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida, Santos – SP

Informações: (13) 3278-9800

https://www.sescsp.org.br/unidades/santos/

Facebook, Twitter e Instagram: /sescsantos

Horário de Funcionamento      

Terça a sexta, das 9h às 21h30      

Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30

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