Brasileiros mais vezes campeões da Libertadores com três títulos cada, Santos e São Paulo são também os protagonistas do confronto que marcou o início do profissionalismo no futebol nacional, em 1933. Cenário que só aumenta o peso e a importância do clássico San-São, que será mais uma vez jogado neste domingo (29), às 16 horas, no Morumbi, valendo vaga na decisão do Campeonato Paulista — mas não só. Do lado santista, há a esperança de alcançar a quarta final consecutiva no Estadual e, de quebra, manter a superioridade sobre o rival em confrontos decisivos no atual século. Já para o Tricolor, é a oportunidade de quebrar o tabu contra o Peixe em mata-matas e ratificar a freguesia alvinegra na história do duelo.
Neymar e Rhodolfo disputam bola no “San-São” que definiu um dos finalistas do último Paulista. Foto: Ivan Storti/Divulgação-Santos FC |
Lá se vão 82 anos desde que Santos e São Paulo se enfrentaram pela primeira vez — considerando o Tricolor enquanto “São Paulo da Floresta”, nome com o qual foi criado até ser “refundado” em 1935. E em 284 partidas, o time do Morumbi mantém uma larga vantagem sobre o rival praiano, com 35 vitórias a mais. Mesmo nas contas santistas — que consideram o São Paulo apenas após sua “refundação” e que têm como primeiro registro um amistoso em 1936 — o Tricolor segue a frente, 24 triunfos diante do Peixe. Além disso, são do clube paulistano a primeira vitória (5 a 1, em 1930) e a maior goleada (9 a 1, em 1944, pelo Paulistão) do clássico.
Contudo, com a chegada do novo século, os papéis começaram a se inverter, e de 2001 para cá é o Santos que domina o San-São, ainda que com certo equilíbrio (17 vitórias, contra 14 do rival). E se o assunto forem jogos decisivos, a vantagem alvinegra fica evidente: nas quatro ocasiões em que os times se enfrentaram em “mata-matas” o Peixe foi adiante em todas as oportunidades e ganhou seis dos sete jogos disputados (alguns na Vila e no Morumbi), sendo dois no Campeonato Brasileiro (3 a 1 e 2 a 1, em 2002), três no Paulista (3 a 2 e 3 a 0, em 2010, e 2 a 0, em 2011) e um na Copa Sul-Americana de 2004 (1 a 0, seguido de empate em 1 a 1 no jogo de volta).
Questão de foco
Estatísticas e freguesias à parte, é fato que o sucesso no Morumbi para qualquer um da dupla estará em quem for capaz de “mudar o chip” das competições disputadas paralelamente ao Paulista — e que são justamente as prioridades das equipes no primeiro semestre. O São Paulo, por exemplo, mira a conquista da Copa do Brasil e faz na próxima semana o jogo de ida das oitavas de final da competição diante da Ponte Preta, em Campinas — a partida estava marcada para a última quinta-feira (26), mas foi adiada devido às péssimas condições do gramado. Já o Santos tem a decisiva partida de volta das oitavas da Libertadores contra o Bolívar (BOL) marcada só para dia 10, mas ainda sofre com o desgaste físico de quem, há alguns dias, esteve nos quase quatro mil metros de altitude de La Paz.
Para o jogo desde domingo, o Santos terá, além dos mesmos desfalques das partidas ante Mogi Mirim e Bolívar (BOL) — o lateral direito Jorge Fucile (entorse no pé esquerdo) e o volante Henrique (distensão no joelho direito) —, a ausência do lateral esquerdo Juan, que está suspenso (mas mesmo que não o estivesse, o lateral não poderia entrar em campo, já que está emprestado pelo Tricolor). Assim, o destaque fica pelo retorno de Léo ao onze inicial santista. No São Paulo, o atacante Luís Fabiano, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, é ausência certa. O substituto imediato é William José, mas o técnico Emerson Leão cogita usar Lucas e Fernandinho abertos, com Cícero mais próximo do ataque, ao invés de trocar um centroavante por outro.
Momentos históricos do San-São
Da última vez…
No último embate decisivo entre a dupla, no Paulistão do ano passado, o Santos levou a melhor: venceu o São Paulo por 2 a 0, com gols de Elano e Paulo Henrique Ganso, e foi para a final.
“Correram” com Pelé
Com o quinteto Faustino, Martinez, Benê, Pagão e Sabino, o São Paulo goleou o Santos de Pelé por 4 a 1 em 1963 — dizem os tricolores que os santistas simularam lesões para que a goleada não fosse maior.
Arrancada
No Brasileirão de 2002, Robinho e Diego comandaram a virada santista para cima do São Paulo e a arrancada do Peixe rumo ao título nacional.
Boa lembrança
Na última vez que o São Paulo levou a melhor sobre o Santos em um mata-mata, veio junto o título, no Campeonato Paulista de 2000, no Morumbi, com Raí em campo.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO x SANTOS
Data: Domingo, 29 de abril de 2012.
Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi), em São Paulo.
Horário: 16 horas
Transmissão: Globo e Band
Árbitro: Paulo Cesar de Oliveira
Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho e Vicente Romano Neto
SÃO PAULO: Dênis; Ivan Piris, Paulo Miranda, Rodolpho e Bruno Cortez; Denílson, Casemiro, Jadson, Cícero e Lucas; William José (Fernandinho). Técnico: Emerson Leão.
SANTOS: Rafael; Maranhão, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Adriano, Elano e Paulo Henrique Ganso; Borges e Neymar. Técnico: Muricy Ramalho.