O que aconteceu com Neymar? Essa pergunta não sai da cabeça dos torcedores santistas nos últimos dias. Sucessivas atuações ruins, tanto com a camisa do Santos quanto com a da Seleção Brasileira, irritação e brigas têm sido constantes nos últimos jogos. A explicação pode estar no cansaço, tanto físico quanto psicológico.
Os números não são bons. Nos últimos seis jogos (dois contra o Vélez e um diante de Corinthians, além dos amistosos com Estados Unidos, México e Argentina) um gol marcado, dois cartões amarelos e três derrotas consecutivas. A joia santista perdeu três jogos seguidos outras duas vezes, nos campeonatos brasileiros de 2010 e 2011.
O presidente da Associação Paulista de Psicologia do Esporte, João Ricardo Cozac, afirma que a impaciência demonstrada por Neymar diante das fortes marcações o atrapalha. “Ele está visivelmente mais ansioso. A medida que isso cresce, o nível de concentração e criação de jogadas fica limitado”, afirma.
Para o especialista, a pressão exercida na sequência de decisões que o atleta enfrenta entre Paulista e a Libertadores, aliada à comparação com o argentino Lionel Messi, também interfere no desempenho do craque. “Tudo isso gera uma grande expectativa em cima do jogador, o que é ruim, pois ele já entra em campo com tudo isso na cabeça”.
O caminho, segundo Cozac, é descanso e tirar toda a pressão do jogador até a próxima quarta-feira, quando o Peixe volta a enfrentar o Timão pela Libertadores. “O treinador, neste momento, exerce um trabalho fundamental e o Muricy (Ramalho) faz isso muito bem. Neymar precisa de tranquilidade para se recuperar psicologicamente e fisicamente, ficar longe daquilo que pode tirar o foco”, lembra. “Ele também tem limites como qualquer um”.
O próprio craque sentiu isso. Em sua conta no Twitter escreveu, após a derrota da última quarta. “O que não faltou hoje foi empenho, garra, determinação e tudo mais. Ainda faltam 90 minutos. Vamos fazer de tudo para reverter!”.
