16 DE NOVEMBRO DE 2012
Confira entrevista com Paulo Vinícius Coelho, o PVC
Paulo Vinícius Coelho é um dos jornalistas esportivos mais conceituados da atualidade. Posto que alcançou devido a muito trabalho, esforço, um grande arquivo com fichas de centenas de jogos e uma memória privilegiada (que já se tornou até motivo de brincadeiras por parte de colegas de profissão). Depois de passar pela Revista Placar e pelo […]
Paulo Vinícius Coelho é um dos jornalistas esportivos mais conceituados da atualidade. Posto que alcançou devido a muito trabalho, esforço, um grande arquivo com fichas de centenas de jogos e uma memória privilegiada (que já se tornou até motivo de brincadeiras por parte de colegas de profissão).
Depois de passar pela Revista Placar e pelo diário Lance! PVC, como é popularmente conhecido, atua hoje como comentarista dos canais ESPN e da rádio Estadão/ESPN. Na última terça-feira, ele esteve na Universidade Santa Cecília para um bate-papo com os universitários. Entre dicas de relacionamentos com fontes e revelações que vinham desde do período em que começou na profissão, no final dos anos 1980, até os bastidores das quatro copas que acompanhou, ele ainda destacou alguns temas:
Memória
Quando termina um campeonato, eu tento memorizar o time que foi campeão brasileiro e a formação específica. Não direi que o Corinthians, de Gamarra e Luizão, venceu os brasileiros de 1998 e 1999, porque eles jogaram em temporadas diferentes.
Messi x Neymar
Messi é melhor hoje.
Seleção
Vejo a seleção crescer. Acho que o time de hoje é o que vai seguir mais ou menos até a Copa do Mundo, com Diego Alves, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Paulinho e Ramirez; Oscar e Kaká; Lucas,Hulk com o Neymar na frente. Aí há alternativas de jogo com um centroavante que pode ser o Fred. Para jogar na função que é do Neymar, hoje, precisa ter o talento do Pato e a vontade do Damião, a junção das duas coisas. E esse híbrido pode ser o Fred.
Treinar o Palmeiras
Não houve proposta para treinar o Palmeiras (ele é torcedor do time), mas há quem deseja que eu seja presidente do Alviverde.
Planejamento do SantosFC
Eu acho que o primeiro semestre do SantosFC não foi ruim. Foi semifinalista da Libertadores e perdeu para o time que hoje é o melhor do Brasil, mesmo não tendo os melhores jogadores. Agora, se pensar no segundo semestre, houve muito erro de avaliação em relação aos reforços que chegaram e os que não chegaram. Por exemplo, deixar o Zé Roberto (hoje no Grêmio) e vir o Bernardo. Ele é uma boa aposta, mas era bom ter certeza do Zé Roberto. Ao mesmo tempo, o clube abriu mão de alguns jogadores que não vinham bem no Santos, como o Ibson e o Elano, que não estava feliz. Aí você pode discutir o que deu errado nas contratações que foram falhas e naquelas em que deram azar, como o Fucille, Galhardo, David Braz. Acho que o Santos comete um erro que é parecido com o do meio dos anos 2000. Apostar muito em jogador discutível em vez de apostar no que a história mostra qual é o caminho do SantosFC: fazer a transição correta entre a base e o time de cima. Se você voltar em 2009, imagine o seguinte cenário: Vanderlei Luxemburgo saiu, Luís Álvaro ganhou a eleição e, se não chegasse o Dorival Jr., mas o Muricy. Ele falaria ´Preciso contratar jogadores porque jogar com Ganso e Neymar não dá, não têm experiência`. Talvez não tivesse feito a transição certa. Esse é um erro.
Jornalismo x “Jabá”
Jornalista se misturar com venda de anúncio é errado. Se relação com fonte é difícil, é um exercício do dia a dia, e você acerta e erra, e não tem relação com dinheiro, imagina se há. Então, deve ter um outro aspecto: se o jornalista que vende anúncio vai ter mais oportunidade de trabalho que um jornalista que não vende anúncio. Isso está errado. Mas não é só por isso. O jornalismo é uma profissão e deve ser exercido como tal, não como um bico ou uma atividade agregada. É o ganha-pão de uma porção de gente, como eu. Acho que isso deve ser respeitado. Acho que deve ter uma convivência mais harmônica. Eu não tenho tanta pretensão de achar que o único jornalismo bom é o jornalismo que eu pratico. Não pode ser assim Não vou dizer não faça tal coisa. Vou dizer eu faço deste jeito, essa é minha maneira de trabalhar.