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Opiniões

22 DE AGOSTO DE 2024

Vamos plantar árvores frugívoras?

José Renato Nalini

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O mundo precisa de um trilhão de árvores.

É a melhor e mais eficiente máquina de produzir bom clima e de fazer chover.

O Brasil precisa de alguns bilhões de árvores. O Estado de São Paulo de muitos milhões.

Tivessem todos consciência disso e haveria legiões de plantadores. Não é o que acontece.

Ressalvada a heroica ação de alguns abnegados, lembra-se da árvore no seu dia e planta-se um exemplar, sob aplauso de muitos que só observam o plantio.

Mas plantar árvores precisa atender a algum propósito. Árvore para que?

Existem as que florescem, existem as que não têm flores, mas dão sombra.

E há um tipo especial que mereceria a atenção de todos os seres preocupados com o futuro.

São as chamadas árvores frugívoras, que são eficientíssimas na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

Elas alimentam os animais que praticam a frugivoria, hábito alimentar baseado no consumo de frutas.

Muitas aves se alimentam de frutos e isso quem observa os pássaros já constatou.

Nossa Mata Atlântica, este maravilhoso bioma que habitamos, tem os tucanos, as jacutingas, as jacupembas, que são grandes e consomem frutos de bom tamanho.

A jacutinga já está na lista da extinção.

Mas as cidades ainda contam com a beleza do sabiá-una, do tangará-dançador, as maritacas, os periquitos e os papagaios.

Todos eles, ao se alimentarem das frutas, exercem um trabalho ecossistêmico impressionante: dispersam sementes. Isso tem um nome científico: ornitocoria.

As frutas digeridas pelos pássaros vão passar pela digestão e voltam à terra.

Não necessariamente junto ou próximo às árvores das quais os frutos foram retirados.

Por isso é válido falar-se em dispersão. As sementes vão germinar em vários lugares, recompondo a flora e sem a necessidade do trabalho humano.

Vamos plantar mais goiabeiras, pitangueiras, jabuticabeiras, ameixeiras, cerejeiras, todas essas espécies que atraem pássaros frugívoros?

É um gesto generoso que contempla a flora, a fauna e nós mesmos.

 

José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo

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