Iniciado o período destinado às campanhas eleitorais dos candidatos a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, voltam-se as atenções para as propostas que serão apresentadas visando a solução dos principais problemas que afetam as cidades brasileiras, especialmente nas áreas mais demandadas para o atendimento dos serviços prestados pela municipalidade, especialmente nas áreas de saúde, educação e infraestrutura urbana.
Em um cenário político extremamente polarizado pela recente disputa que ocorreu em âmbito federal, envolvendo correntes radicais de esquerda e direita, é de se esperar que o debate a ser travado entre os candidatos sobreponha o caráter ideológico e foque em temas relevantes, a partir da apresentação dos ideários e dos projetos destinados à melhoria das condições de vida da população.
Da mesma forma, é desejável que disputa ocorra em um ambiente de proposituras, sem a utilização de estratégias eleiçoeiras que utilizam o denuncismo oportunista criado por dossiês forjados, acusações levianas e degeneração da imagem do opositor, que em nada contribuem para a solução dos principais problemas que afetam as cidades.
As experiências resultantes de pleitos anteriores já são mais do que suficientes para balizar a decisão de voto dos eleitores, atualmente pouco suscetíveis a serem seduzidos pelos efeitos especiais produzidos pelo marketing eleitoral e às ideias não lastreadas em projetos consistentes que assegurem sua real viabilização.
Tudo leva a crer que, desta feita, os candidatos terão que apresentar muito mais do que boas retóricas para convencer o eleitorado.
Os municípios, de maneira geral, necessitam de um conjunto de ações permanentes voltadas a oferecer condições estruturais que favoreçam o desenvolvimento social e econômico.
Essas iniciativas, no entanto, não podem ocorrer a qualquer preço.
Projetos públicos devem estar alinhados a perspectivas realistas de execução, de forma que não sejam negligenciados ou apressados ao bel prazer dos governantes, que, ressalte-se, não fazem favor algum em cumprir as metas definidas para atender os reais anseios da população que os elegeram.
A escolha dos futuros vereadores reveste-se da mesma importância, especialmente para recuperar a qualidade e a independência das casas legislativas, criadas principalmente para orientar e fiscalizar os poderes executivos.
Há muito as câmaras municipais se desvirtuaram de sua finalidade fundamental e, descontadas as raras exceções, atuam subservientes aos executivos e, em alguns casos, como balcões de negociatas, onde são criadas dificuldades coletivas para a geração de facilidades a poucos.
Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação
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