As ações desenvolvidas no Porto de Santos, com o intuito de permitir ampliar a movimentação de cargas com a viabilização do acesso de navios de grande porte e expansão dos berços de atracação, representam, nesse momento, passos importantes para consolidação do cais santista como um dos principais terminais do mundo.
Além de absorver o consequente crescimento da movimentação de cargas, a futura realidade operacional da atividade portuária exigirá ampliar espaços para berços de atracação, com áreas para movimentação e armazenamento de cargas, aumento do número de vias de acesso ao cais e, sobretudo, a qualificação da mão-de-obra para suprir as exigências geradas pela necessidade de implantação de modernos sistemas de controle de importação e exportação de mercadorias.
Soma-se a isso a possibilidade de aproveitamento do potencial intermodal que a Baixada Santista oferece, com a utilização dos leitos navegáveis disponíveis na região estuarina.
Não há duvida de que a possibilidade de crescimento das atividades ligadas ao porto apresentam perspectivas positivas, especialmente em razão dos resultados favoráveis a serem obtidos pela economia regional, principalmente pela singular possibilidade de oferecer um número cada vez maior de vagas no mercado de trabalho.
Da mesma forma, não há como desconsiderar a importância estratégica do Porto de Santos nas pretensões brasileiras de conquistar novos mercados internacionais, dentro do contexto predominante nas relações atuais de comércio, que valorizam eficiência, qualidade e baixo custo operacional.
Por essa razão, é de se esperar, contudo, que além de regozijar sobre os ganhos prováveis propiciados pela ampliação e modernização do porto, o desenvolvimento desse processo seja conduzido de forma cuidadosa e responsável.
Nesse sentido, os processos de concessões em curso devem ser cada vez mais criteriosos e transparentes, evitando-se assim a repetição dos erros conhecidos cometidos no passado, especialmente os relacionados às políticas equivocadas adotadas na concessão de áreas públicas a empresas particulares arrendatárias, que poucos benefícios trouxeram ao conjunto da sociedade.
Igualmente relevante será garantir a continuidade da política de contrapartidas às administrações municipais integradas a área do porto organizado, de forma a que possam dispor dos investimentos necessários para adotar ações de resguardo à qualidade de vida das populações locais e de preservação do meio ambiente.
O Porto de Santos é uma valiosa ferramenta colocada a serviço do desenvolvimento nacional, porém deve também atender aos interesses, anseios e expectativas regionais.
Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação
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