
21 DE JUNHO DE 2013
Futebol de constelações na reta final
Em um dos romances mais conhecidos de Clarice Lispector, A Hora da Estrela é uma metáfora sobre a “morte”, uma vez que a protagonista Macabéa representa seu apogeu de reconhecimento em sociedade no momento em que é atropelada por uma Mercedes. Mas em comparação à Seleção Brasileira, nos dois últimos jogos contra o Japão e […]
Em um dos romances mais conhecidos de Clarice Lispector, A Hora da Estrela é uma metáfora sobre a “morte”, uma vez que a protagonista Macabéa representa seu apogeu de reconhecimento em sociedade no momento em que é atropelada por uma Mercedes.
Mas em comparação à Seleção Brasileira, nos dois últimos jogos contra o Japão e o México, a estrela assume um significado antagônico: a vida. Mesmo que a equipe de Luiz Felipe Scolari tenha encarado adversários longe das potências europeias e sul-americanas, atletas mostraram que podem voltar a brilhar dentro das quatro linhas. E do jeito que os torcedores gostam.
O gostar do torcedor brasileiros envolve vencer grandes equipes. E se os brasileiros sempre foram o símbolo da estrela do futebol, hoje a competitividade está mais acirrada – afinal, há uma constelação de craques Brasil afora, que também cai no gosto do torcedor, sem ufanismos e clubismos.
Na arte à esquerda, alguns dos principais jogadores podem ser as próximas oportunidades que a seleção brasileira poderá ter para se preparar para a Copa do Mundo e, sobretudo, para formalizar partidas épicas. Imaginem, por exemplo, como seria um Brasil de Neymar, Fred, Oscar e Paulinho, contra a Espanha, de Iniesta, Xavi e David Villa?
Ou, de repente, o mesmo time brasileiro contra a Itália de Pirlo (foto), De Rossi, Balotelli e Buffon? Todos classificados. Resta saber quando vão se encontrar – nas semifinais ou na final.
Até o fechamento desta edição, a seleção da Nigéria ainda poderia se classificar para a próxima fase. Porém, se contar com a lógica – e o histórico dos resultados – essa é uma difícil missão. Isso porque a Nigéria enfrenta a forte Espanha que, mesmo caso a vença por já estar classificada, ainda depende de uma derrota do Uruguai contra o Taiti, o que dificilmente acontecerá.
Mas a constelação do futebol mundial também tem jogadores africanos, cada vez mais importantes no futebol inglês, como é o caso de Obi Mikel, atualmente no Chelsea. E não precisa ir longe. Nossos irmãos da fronteira no extremo sul – o Uruguai – possuem craques e conhecidos que podem dar trabalho, além de Suárez, atacante do Liverpool. Diego Forlán, Diego Lugano e Nicolás Lodeiro que o digam.
Mas uma semelhança com a Macabéa de Clarice Lispector os jogadores têm: são heróis e anti-heróis do esporte mais assistido no mundo.
