A humanidade enfrenta hoje aquilo que é chamado de “tríplice crise planetária”: clima, biodiversidade e poluição.
Enquanto os governos dormem, ou estão mais interessados em questões internas, incumbe à sociedade civil assumir o comando.
Estudando, conhecendo o problema, incentivando soluções e cobrando do Estado responsabilidade e urgência.
São as cidades os locais ideais para que o assunto seja encarado com a necessária seriedade.
Porque cada espaço municipal contém biodiversidade e, com certeza, ela estará sendo destruída pela especulação imobiliária, por obras públicas que não levam em consideração a estratégia das soluções baseadas na natureza, pelo descaso ou ignorância.
Cumpre restaurar os espaços verdes. Recompor as matas ciliares.
Ressuscitar os córregos que foram sepultados para oferecer asfalto e concreto ao carro, o meio de transporte mais egoísta que se conhece.
Além disso, poluidor e assassino. Emite gases venenosos causadores do efeito-estufa.
Mata sem causar alarde, tanta a nossa dependência dele.
A loucura do clima é consequência do envenenamento do planeta.
E a única maneira de tornar as cidades mais resilientes é multiplicando sua cobertura vegetal.
Plantar árvores, defender árvores, disseminar o amor pela árvore, que – infelizmente – são poucos os que proferem essa crença.
Quantas pessoas há que detestam árvore, “porque estraga calçada, porque deixa cair folhas, porque é esconderijo de bandido”…
E a poluição? Cada um de nós descarta muito mais do que é necessário. Descuida-se do destino dos resíduos sólidos.
Transforma o ambiente numa perigosa lata de lixo. Sim, o lixo também é emissor dos gases homicidas.
E continuamos a não nos preocupar com a compostagem, com a reciclagem, com a redução do desperdício.
Não se espere que governo cuide com carinho dessas ameaças que vitimarão toda espécie de vida na Terra, a começar pela nossa.
A obrigação é de cada ser humano sensível e consciente de que deve fazer parte da solução e não do problema.
Não há muito tempo a perder! Deveríamos ter começado antes de ontem. Portanto, corra!
José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo
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