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29 DE NOVEMBRO DE 2024

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Deodoro da Fonseca, o presidente que separou a Igreja do Estado

Avenida santista homenageia o Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente brasileiro e responsável também pela extinção da pena de morte no País.

Por: Ronaldo Tarallo Junior
Da Redação

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No último dia 15 de novembro foi comemorado 135 anos da república brasileira.

Nesse contexto, um dos principais responsáveis para este fato ocorrer foi o Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente do país.

Quem foi o Marechal?

Natural de Alagoas do Sul, atual Deodoro da Fonseca, em Alagoas, Manuel Deodoro da Fonseca nasceu no dia 5 de agosto de 1827.

De família militar, teve duas irmãs e sete irmãos, que também serviram ao exército.

Assim, o mais velho, Hermes Ernesto da Fonseca, pai do também presidente da República marechal Hermes da Fonseca, chegou ao posto de marechal

Exerceu também o cargo de presidente das províncias da Bahia e Mato Grosso, equivalente ao cargo de governador.

Da mesma forma, seus outros irmãos também obtiveram destaque por meio de batalhas na Guerra do Paraguai.

Por isso, receberam diversas homenagens no seu estado natal ao longo da história.

Assim, Deodoro participou de sua primeira revolta como combatente na Revolução Praieira auxiliando na repressão do movimento Federalista em Pernambuco.

Casou-se aos 33 anos, no dia 16 de abril de 1860, com Mariana Cecília de Sousa Meireles.

Porém, nunca teve filhos e viveu sob os boatos de ser estéril, tratando como primogênito seu sobrinho Hermes da Fonseca.

Atuou nas guerras do Uruguai e Paraguai em patentes distintas, creditando ao rival, Solano López (ditador paraguaio que deu início a guerra contra o Brasil), sua carreira no exército.

Dessa forma, em 1885, assume o governo provisório do Rio Grande do Sul, sendo responsável por inaugurar a primeira linha telefônica do estado.

Recebeu a patente de marechal-de-campo em 30 de agosto de 1887 e no ano seguinte chefiou o comando militar do Mato Grosso.

Proclamação da República

Assim, apesar de todas as histórias de que o país clamava pela mudança do regime político, a Proclamação da República aconteceu por meio de um golpe militar.

Isso porque, o máximo de deputados republicanos que haviam conseguido se eleger foram dois, em 1886.

No entanto, nas forças armadas essa vontade era real, principalmente após os eventos da Questão Militar (incidentes ocorridos entre 1886 e 1887, envolvendo o exército e o império).

Portanto viram em Deodoro um líder em potencial, mesmo ele sendo amigo do imperador, com convicções monarquistas.

Foi com uma fake news de ordem de prisão ao marechal expedida pelo governo do primeiro-ministro liberal visconde de Ouro Preto, em 14 de novembro de 1889.

Isso faz com que Deodoro revolte-se contra o império e pela manhã do dia 15 de novembro de 1889, reuniu algumas tropas e dirigindo-se ao Campo da Aclamação, hoje Praça da República, no Rio de Janeiro. inicialmente apenas para troca de ministro, mas após uma sucessão de fatos envolvendo essa troca, a República foi proclamada.

Assim, para surpresa do exército e do novo presidente, Dom Pedro II aceita o golpe militar ao invés de tentar sufocá-lo e tem apenas 24h para deixar o Brasil.

Principais Atos

Dessa forma, como presidente, passou a nomear o país de República Federativa do Brasil, extinguindo as províncias do Império Brasileiro e tornando-as Estados Federados.

Também separou institucionalmente a igreja do Estado e o Estado da igreja, criando o registro civil e o matrimônio civil, perdendo o valor legal os ocorridos pelo religioso, além de tornar os cemitérios laicos

Criou o código penal brasileiro, extinguindo a pena de morte, reformou o código comercial, naturalizou todos os estrangeiros residentes no país, dando prazo de seis meses para que pedissem a conservação da sua nacionalidade e instituiu a censura à imprensa.

Nova Bandeira

Por essa razão, os líderes republicanos do exército queriam que com o novo governo a bandeira fosse alterada para uma igual ao dos Estados Unidos, mas nas cores verde e amarelo.

No entanto, Marechal Deodoro queria manter a bandeira como estava, trocando o brasão do império por um globo azul com uma faixa escrito “Ordem e Progresso” e 21 estrelas representando cada estado da federação

“Senhores, mudamos o regime, não a Pátria! Nossa bandeira é reconhecidamente bela e não vamos mudá-la de maneira nenhuma!” – exclamou à época

A bandeira idealizada pelas forças armadas após ser recusada foi para o Museu da Marinha, ficando conhecida como bandeira provisória da República, sem nunca de fato ter sido.

Faleceu no Rio de Janeiro no dia 23 de agosto de 1892.

Praça Marechal Deodoro

Atualmente chamada de Praça Independência, o local era uma chácara pertencente a Júlio Conceição.

Assim, após sua desapropriação, passou a se chamar Praça 210

Entre novembro de 1917 e fevereiro de 1921 recebe o nome de Marechal Deodoro.

A Avenida

Localizada no Gonzaga, a Avenida tem cerca de 790m se considerarmos o trecho da Praça Fernandes Pacheco, ligando a Praça Independência ao cruzamento do Canal 2 com Avenida Francisco Glycério.

Foi criada inicialmente como Rua, pelo prefeito Coronel Joaquim Montenegro, na lei 647 de 1921, onde mais de 100 logradouros tiveram seus nomes alterados.

Na Baixada Santista, apenas Bertioga, Itanhaém e Peruíbe não homenageiam o presidente em suas ruas.

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