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Opiniões

22 DE JANEIRO DE 2025

Tudo passa pelo clima

José Renato Nalini 

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O maior desafio posto à humanidade em sua trajetória é o resultado da insanidade com que a natureza foi tratada durante séculos – e continua a sê-lo – de maneira que as emergências climáticas são o tema de hoje e o de amanhã também.

Não há mais condição para que todo e qualquer município deixe de incluir o tema em seu radar.

Tudo o que se fizer, de agora em diante, na cidade, precisará levar em conta a sua situação diante dos fenômenos extremos que continuarão a ocorrer, com intensidade e frequência a cada dia maiores.

É importante que União e Estado também incluam o assunto como de primeiríssima prioridade.

O Estado de São Paulo vai considerar os impactos das mudanças climáticas no repasse de recursos para obras públicas nos municípios paulistas.

É o programa “Bairro Paulista: Cidades Sustentáveis”, que prevê prioridade para obras de contenção de alagamentos, deslizamentos e preocupação ambiental como jardins de chuva e asfaltamento ecológico.

Os municípios menores contarão com ajuda do Estado para produzir ou ajudar na produção de projetos e fará a transferência de recursos para o município.

São oito eixos a serem considerados: manejo de águas pluviais, pavimentação, mobilidade, manejo de sistemas hídricos, áreas verdes multinacionais, equipamentos, iluminação e sinalização.

Tudo deve ser pensado à base de soluções de acordo com a natureza.

E seria interessante que as escolas de todos os níveis também participassem, de maneira a fazer com que os alunos fossem questionados a detectar a maior necessidade ecológica de sua cidade e a proposta de solução para solucioná-la.

Se é na cidade que as pessoas nascem, vivem e morrem, – não no Estado ou na União – é a cidade que merece hoje o carinho de seus habitantes, com vistas ao futuro que se queira assegurar às novas gerações, nossas credoras, pois a minha geração foi, voluntariamente ou não, muito cruel com a única natureza de que dispomos.

Ainda é tempo de corrigir, ao menos em parte, os erros perpetrados durante séculos. Incumbe aos atuais viventes correrem atrás do prejuízo.

E não há alternativa. Deixar que as coisas continuem de maneira insensata é condenar a humanidade a um termo final relativamente precoce.

Não é isso o que podemos almejar.

 

José Renato Nalini é secretário de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo, desembargador aposentado, reitor da Uniregistral, palestrante e conferencista

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