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Opiniões

23 DE JANEIRO DE 2025

Gestão Trump e o Agro Brasileiro

Roberto Queiroga

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A ascensão de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos gerou um cenário global repleto de incertezas.

Desde o início, a retórica e as ações do presidente têm desafiado analistas ao redor do mundo na tentativa de compreender suas intenções e prever os impactos de suas políticas.

Enquanto a esquerda se mostra alarmada, a direita celebra, porém, com uma certa cautela.

Ambos os lados observam atentamente uma possível reconfiguração da ordem mundial.

Para o Brasil, este cenário é particularmente relevante.

Mesmo com uma política externa que busca manter relações pragmáticas e estáveis com os EUA, os sinais emitidos pela administração Trump ressoam fortemente.

A política “America First”, defendida por Trump, que prioriza os interesses nacionais americanos, pode levar a um aumento do protecionismo e a um isolamento em certos aspectos das relações internacionais.

Isso, por sua vez, pode representar um desafio, mas também uma oportunidade para o Brasil no contexto do comércio global.

No setor agrícola, o Brasil, os Estados Unidos e a Argentina, dominam as exportações de commodities como milho e soja.

Com mercados consumidores cruciais como a União Europeia e a China, qualquer alteração nas relações comerciais entre esses blocos pode criar dinâmicas.

Uma possível guerra comercial entre os EUA e a China poderia abrir espaço para o Brasil expandir sua participação de mercado.

Além disso, as divergências de Trump em relação aos acordos climáticos, que são de extrema importância para a União Europeia, podem favorecer o posicionamento dos produtos agrícolas brasileiros.

O Brasil poderia se tornar um fornecedor mais atraente, aproveitando as lacunas deixadas pelos EUA.

No entanto, essa potencial vantagem não vem sem desafios.

O agronegócio brasileiro depende fortemente de insumos importados, precificados em dólares.

Com a administração Trump implementando tarifas sobre produtos, há o risco de aumento nos custos para o setor agrícola brasileiro, especialmente se esses insumos vierem de empresas americanas.

Diante desse cenário complexo, o agronegócio brasileiro precisa continuar a demonstrar a resiliência que sempre foi sua marca registrada.

Isso significa confiar na capacidade de seu produtor rural, na inovação tecnológica, na habilidade de explorar novos mercados e na redução da dependência de insumos externos.

 

Roberto Queiroga é diretor-executivo da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil – ACEBRA

 

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