O cenário é altamente animador para a região metropolitana da Baixada Santista. A expectativa é elevada em relação ao futuro túnel Santos-Guarujá, cuja data foi alterada e anunciada nesta semana para 5 de setembro por parte do Governo do Estado, em parceria com o Ministério dos Portos e Aeroportos, responsáveis pela obra em conjunto.
Pela complexidade da obra, empresas do exterior deverão focar seu olhar para empreendimento, o maior a ser realizado no País, com investimentos previstos de R$ 6 bilhões, divididos entre as partes.
Neste contexto, outros investimentos abrangem a terceira pista da Imigrantes, algo tão urgente e necessário (espera-se o bom senso de, no mínimo, três pistas e não duas, como originalmente divulgado), o Santos Tecon 10 (ex-STS 10), o maior terminal a ser privatizado no País na atualidade, a nova arena do Santos FC, o Santos Litoral Plaza, futuro shopping no Marapé/Jabaquara, aeroporto de Guarujá, novo terminal de passageiros, e a descoberta do poço de petróleo de ‘excelente’ qualidade no pré-sal da Bacia de Santos, em poço exploratório no bloco Aram, localizado a menos de 250 quilômetros do Município. Investimentos bilionários, portanto.
No entanto, deve-se salientar que diante das oportunidades que surgirão, fica o desafio – ainda não discutido até o momento – sobre a qualificação profissional e se haverá mão-de-obra suficiente para atender estas demandas, especialmente na área da construção civil. Caso contrário, quais garantias que empregados provenientes de outras localidades tenham estrutura para morar?
Afinal, em razão das grandes obras na região ao longo das décadas, como o sistema Anchieta-Imigrantes, expansão do Porto e construção civil, por exemplo, milhares de pessoas vieram para aqui gerando riquezas e progresso. No entanto, sem planejamento, ficaram sem estrutura habitacional.
Resultado: a Baixada Santista é a segunda maior região do Estado com população vivendo em submoradias. Se fosse uma cidade, seria a 26ª mais populosa entre as cidades paulistas, pois 313.194 pessoas vivem em favelas.
Portanto, tal assunto deve ser colocado em pauta pelos prefeitos, vereadores, deputados, empresários, educadores para garantir que parcela das oportunidades de empregos, qualificados ou não, surgidas usem a mão de obra regional.
Para tanto, há necessidade de investir em capacitação, qualificação e outras ações para que a riqueza produzida na região seja compartilhada por todos de forma que os erros do passado não se repitam em um futuro próximo.
Fernando De Maria é editor do Jornal Boqnews e professor universitário
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