O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que o Brasil registre cerca de 9 mil novos casos de melanoma em 2025. Embora represente apenas cerca de 3% dos cânceres de pele, esse tipo é considerado o mais agressivo e letal, devido ao seu alto potencial de metástase.
Diante desse cenário, a campanha Junho Preto está em andamento, com o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos do melanoma e a necessidade de diagnóstico precoce. Quando descoberto no estágio inicial, o melanoma tem mais de 90% de chance de cura. No entanto, se detectado tardiamente, esse índice pode cair para menos de 30%.
Risco elevado e mortalidade
A médica dermatologista Natália Venturelli explica que o melanoma é o câncer de pele que mais mata. “Embora represente uma pequena parcela dos tumores cutâneos, é o mais perigoso justamente pela capacidade de invadir outros órgãos rapidamente”, destaca.
Segundo dados do INCA, o melanoma é responsável por cerca de 1.900 mortes por ano no Brasil. “É fundamental que as pessoas compreendam a gravidade da doença e estejam atentas aos sinais. A maioria dos casos graves ocorre por falta de diagnóstico precoce”, alerta a especialista.
Sintomas e fatores de risco
O melanoma se origina nos melanócitos, células que produzem a melanina, responsável pela pigmentação da pele. É comum surgir em áreas expostas ao sol, mas também pode aparecer em locais menos visíveis.
Entre os principais fatores de risco, estão:
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Exposição solar intensa e sem proteção
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Uso de câmaras de bronzeamento artificial
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Histórico familiar da doença
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Grande número de pintas pelo corpo
Os sintomas mais comuns incluem:
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Pintas com formato irregular
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Bordas assimétricas e coloração variada
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Mudança de tamanho, forma ou cor das manchas
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Coceira, sangramento ou feridas que não cicatrizam
Prevenção é a chave
De acordo com a dermatologista, a prevenção é a melhor forma de combater a doença. Algumas atitudes simples podem fazer a diferença:
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Uso diário de filtro solar, inclusive em dias nublados
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Evitar exposição ao sol entre 10h e 16h
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Realizar autoexames periódicos da pele
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Consultar o dermatologista diante de qualquer alteração
“Diagnóstico precoce salva vidas. A população precisa levar o melanoma a sério. Precisamos reforçar a conscientização, principalmente entre os grupos de maior risco, como pessoas de pele clara e com histórico familiar”, conclui Venturelli.