Durante todo o mês de novembro, a campanha Novembro Roxo reforça a importância da conscientização sobre a prematuridade, uma condição que afeta cerca de 12% dos nascimentos no Brasil, o que equivale a 300 mil bebês por ano, segundo dados do Ministério da Saúde. A data visa chamar a atenção para os desafios enfrentados pelos recém-nascidos prematuros e suas famílias, além de promover ações de prevenção e apoio. O Brasil ocupa a 10ª posição no ranking mundial de prematuridade, atrás de países como Índia, China e Nigéria.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são considerados prematuros os bebês nascidos antes das 37 semanas de gestação. Esses casos se dividem entre prematuros extremos (antes das 28 semanas), muito prematuros (de 28 a 31 semanas), moderados (32 a 33 semanas) e tardios (de 34 a 36 semanas).
Dessa maneira, as chances de sobrevivência variam conforme a idade gestacional: enquanto prematuros extremos têm taxa de sobrevivência entre 2% e 70%, aqueles que nascem entre 29 e 36 semanas têm mais de 90% de chance de sobreviver, especialmente graças aos avanços da medicina e da infraestrutura hospitalar.
Portanto, a médica infectologista pediátrica Dra. Carolina Brites explica que os bebês prematuros exigem cuidados redobrados nos primeiros meses de vida. “O sistema imunológico de um prematuro é extremamente imaturo, e a transferência de anticorpos da mãe para o bebê, que deveria acontecer ao longo dos nove meses de gestação, é deficiente. Isso os torna mais suscetíveis a grandes infecções, como pneumonia, meningite e quadros sépticos”, destaca.
Medidas de proteção
Contudo, entre as principais medidas de proteção, a especialista enfatiza a importância da vacinação. “A vacinação é essencial para todos, mas ainda mais para os prematuros, justamente pela ausência adequada dos anticorpos maternos. Seguir o calendário de vacinação e manter o acompanhamento médico regular ajuda a detectar precocemente qualquer sinal de doença, prevenindo complicações e reduzindo a gravidade dos casos”, orienta a médica.
Além das vacinas, a Dra. Carolina ressalta que o cuidado deve começar ainda na gestação. “É importante que a mãe mantenha uma alimentação saudável, pratique atividade física regular e esteja com a vacinação em dia. Aliás, caso o bebê nasça prematuro, toda a rede de apoio também deve estar protegida, evitando o risco de transmissão de doenças. O acompanhamento rigoroso com o pediatra e a limitação de contato com aglomerações fazem toda a diferença nesse período inicial”, explica.
Nos últimos anos, os avanços tecnológicos e científicos têm transformado a realidade desses pequenos guerreiros. “Hoje, as UTIs neonatais são cada vez mais preparadas para atender especificamente os prematuros, com equipamentos e protocolos adequados. O desenvolvimento de novas medicações, vacinas e o aprimoramento dos cuidados neonatais têm garantido melhor qualidade de vida e menos sequelas neurológicas e oftalmológicas no futuro”, ressalta a infectologista.
Para a médica, planejar a gestação e cuidar da saúde antes de engravidar também é uma forma eficaz de reduzir os índices de prematuridade. “Quando a mulher faz um planejamento reprodutivo, mantém o acompanhamento médico e controla suas condições de saúde, como hipertensão ou diabetes, as chances de um parto prematuro diminuem. Caso ele aconteça, os cuidados prévios ajudam a minimizar os riscos para o bebê”, completa.
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