Instituído pela Lei nº 12.519/2011, o Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, transforma as escolas em palco central de reflexão e valorização da história negra.
A data, que homenageia Zumbi dos Palmares, vai além do simbolismo, sendo um impulso para ações pedagógicas concretas que respondem à crucial pergunta: por que celebrar esta efeméride nas escolas?
A data é um momento muito propício para profissionais de ensino desenvolverem atividades que suscitem ainda mais a data como palestras com lideranças negras, oficinas de capoeira, estudos sobre influência africana na língua portuguesa e matemática, além de análise de obras literárias e cinematográficas de autores negros.
A importância desta celebração escolar é fundamental para combater o racismo estrutural, corrigir narrativas históricas que marginalizaram a contribuição negra e semear o respeito à diversidade desde a infância.
A consolidação de avanços como as cotas raciais mostra o caminho, mas é no chão da escola que a luta por uma sociedade justa se renova anualmente.
Ao celebrar a data de forma aberta e impactante, as escolas emitem uma mensagem poderosa para alunos e responsáveis: a diversidade é valor inegociável e o combate ao preconceito é responsabilidade de todos.
Essa postura afirma publicamente o compromisso com educação inclusiva onde todos os estudantes se sintam representados.
Intrigantemente, o calendário internacional apresenta singular coincidência: o mesmo 20 de novembro celebra tanto o Dia Mundial da Criança, estabelecido pela UNESCO, quanto o Dia da Consciência Negra.
Esta convergência transforma a data em importante símbolo de reflexão social, unindo a proteção futura das crianças ao resgate histórico da resistência africana.
A união dessas pautas amplifica o debate sobre a proteção integral das crianças negras, que representam significativa parcela da população infantojuvenil brasileira.
Especialistas apontam que celebrar ambas as causas, simultaneamente nas escolas, fortalecem a formação de cidadãos conscientes de seus direitos e herança cultural, tornando o mês de novembro uma oportunidade pedagógica ímpar para projetos de ensino-aprendizagem nas temáticas de inclusão, representatividade e equidade geracional e racial.

Odair Marques da Silva é professor doutor, fundador da Editora Eiros, diretor de pós-graduação, Pesquisa e Extensão da Universidade Zumbi dos Palmares, escritor e palestrante.
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