“Nunca tantos deveram tanto a tão poucos”, disse Winston Churchill a respeito dos pilotos que em seus Spitfires e Hurricanes lutaram e venceram a “Batalha da Grã-Bretanha”.
Não fosse por eles, talvez o resultado da Segunda Guerra Mundial teria sido outro.
Mas esse não é o título deste texto! Do que se trata, então?
Há décadas o Brasil sofre com disputas políticas que ignoram interesses estratégicos do país e negam um futuro digno e autodeterminado ao seu povo.
O efetivo desenvolvimento socioeconômico do país permitiria a ampliação de receitas e a maior oferta de empregos.
Porém, ele tem sido sistematicamente prejudicado por interesses político-partidários e ideologias antagônicas, algumas com pretensões hegemônicas, que usam o populismo e o assistencialismo para criar dependência.
Como melhorar a qualidade de vida das pessoas sem criar dependência do Estado?
Primeiramente, qualidade de vida depende de adjetivos, além de ser um conceito pessoal.
Assim, sua definição não pode ser baseada em discursos ideológicos, ainda mais quando defendida por quem quer impor para outros o que não deseja para si.
Mas é certo que, onde há impunidade e insegurança, a qualidade de vida jamais será minimamente boa.
Numa democracia, o poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido.
Churchill também teria dito que a democracia é o pior dos regimes de governo, afora os demais.
O problema não está na democracia, mas na forma como é entendida e exercida pelos detentores do poder.
Países que a ostentam em seus nomes são ditaduras implacáveis.
O que se percebe é que alguns dos investidos de poder, direta ou indiretamente, parecem não estar atentos às demandas da população, que é quem paga seus salários e os custos de suas decisões e omissões por meio de impostos, taxas e afins.
Sem os contribuintes não haveria dinheiro público!
E ainda há quem diga que os que pagam são culpados pelas mazelas do país, inclusive pela má escolha de seus representantes.
Eleitos ou indicados, isso não confere uma “carta branca” aos detentores momentâneos do poder.
Nada é gratuito e não são eles que pagam a conta! Pelo contrário, há quem se autoconceda remunerações e benefícios, crendo que, ao distribuir “migalhas” ao povo, está sendo magnânimo.
Para mudar isso, é preciso que alguns dos que exercem os Três Poderes, em todos os níveis, reavaliem suas atuações e coloquem os interesses estratégicos do país e a melhoria da qualidade de vida de seu povo acima de vaidades, rancores e antagonismos ideológicos.
Enquanto isso não ocorrer, continuaremos a viver num país em que nunca tão poucos deveram tanto a tantos!
Adilson Luiz Gonçalves é escritor, engenheiro, eesquisadore universitário e membro da Academia Santista de Letras
Deixe um comentário