Mulheres com hanseníase devem evitar gravidez | Boqnews
Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Saúde

22 DE OUTUBRO DE 2014

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Mulheres com hanseníase devem evitar gravidez

Bebês correm o risco de nascerem com baixo peso e complicações obstétricas

Por: Agência Usp/ Marcela Baggin
Da Redação

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Estudo realizado por pesquisadoras da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP revela que mulheres que já tiveram ou ainda têm hanseníase não recebem aconselhamento para evitar gravidez. E alerta que profissionais da saúde devem orientá-las sobre os riscos da gestação.

A enfermeira Clódis Maria Tavares entrevistou 60 mulheres, com idade entre 14 e 49 anos, da cidade de Maceió, Alagoas. Todas elas apresentavam a doença ou já tiveram a doença. Os resultados mostraram que elas não fazem uso de nenhum método anticoncepcional.

O dado despertou a atenção da pesquisadora, pois a maioria afirmou conhecer contraceptivos, como a camisinha masculina (98,3%), a pílula anticoncepcional (88,8%) e a laqueadura tubária (86,7%). Para Clódis, o problema não está apenas na falta de informação, “mas sim em um conjunto de fatores, como baixo nível de escolaridade e serviços de saúde deficientes”.

Segundo a enfermeira, as consequências da gravidez nessas condições não se restringem apenas às mães, que podem ter reações imunológicas graves, “mas também aos bebês, que correm o risco de nascerem com baixo peso e complicações obstétricas”.

Problemas pré-existentes
Mulheres que, mesmo portando a doença, arriscam-se a engravidar estão sujeitas a desenvolver problemas pré-existentes, derivados da doença, já que “a condição delas exige acompanhamento e prática anticonceptiva segura”, afirma a pesquisadora ao lembrar que esses cuidados não são excessivos e podem evitar mortes, incapacidades e preconceitos.

Para Clódis, as unidades de saúde prestadoras de atendimento a pacientes com hanseníase devem sensibilizar seus profissionais para que as mulheres sejam aconselhadas quanto à anticoncepção. ‘Essas pacientes precisam ser alertadas para esse risco durante todo o tempo do tratamento e por mais cinco anos após a alta”, conclui.

Sobre os resultados da pesquisa com população da região nordeste do país, a enfermeira adianta que o Brasil possui a segunda maior incidência mundial de hanseníase no mundo. E essa mesma realidade encontrada em Alagoas pode ser estendida para as demais regiões do país.

A tese de doutorado A saúde reprodutiva de mulheres portadoras e ex-portadoras de hanseníase em uma capital do Nordeste – Brasil foi desenvolvida sob orientação da professora Ana Maria de Almeida e apresentada no início deste ano na EERP.

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