Entre outras datas, o mês de novembro chama a atenção por ser o período em que o tema saúde masculina está em evidência. Trata-se do Novembro Azul, data que alerta para a prevenção do câncer de próstata, o segundo mais comum entre homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma).
Nas campanhas é ressaltado a importância das medidas preventivas, mas pouco se fala dos que já foram diagnosticados.
Todos os desafios físicos e psicológicos que os pacientes terão que enfrentar começam assim que ouvirem o diagnóstico dos especialistas.
O médico urologista Felisberto Serra fala que essa parte é extremamente delicada. “Eu particularmente vou acostumando o paciente com os dados, mostro que existem boas chances de cura, para posteriormente fazer a revelação”.
Tratamentos
Com o diagnóstico confirmado, existem alguns caminhos de tratamentos que podem ser seguidos. “As possibilidades e alternativas dependem do estágio do câncer. Se ele estiver em fase inicial, onde o tumor permanece dentro da próstata, a cirurgia é a mais recomendada. Isso, é claro, se o paciente estiver apto a fazê-la”, explica Serra. Existe ainda a opção da radioterapia, que recentemente vem mostrando resultados expressivos.
De qualquer maneira, a escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após discutir os riscos e benefícios do tratamento entre o paciente e o médico.
Apesar de todos os métodos serem disponibilizados tanto no Sistema Único de Saúde (SUS), quanto em convênios particulares, Serra lamenta que algumas vezes a cirurgia é evitada no SUS por conta de sua complexidade e demanda. “O procedimento pede a presença de aproximadamente quatro profissionais e é relativamente demorado. Por falta de tempo e disponibilidade, às vezes ela é excluída”.
Centralização
Desde 1997, conforme Lei Municipal 1.600, a Semana de Saúde do Homem foi instituida no calendário de Santos. Contudo, não existe um centro de referência que auxilia na orientação do câncer de próstata na Cidade.
Algo semelhante ao Instituto Neo Mama, que trabalha em campanha integral no combate ao câncer de mama. “Seria execelente se tivessemos uma ação dessas da iniciativa privada. Iria complementar as ações realizadas pela prefeitura”.
Mitos e verdades sobre o câncer de próstata
O câncer de próstata atinge apenas os idosos?
Mito. A prevalência é maior nos idosos. Quanto mais velho, maior a chance, mas não é 100%.
Só tem câncer quem tem caso na família?
Mito. Quem possui casos na família têm de dois a cinco vezes mais chances. Mas não é impossível alguém que não tenha hereditariedade contrair câncer de próstata.
Vasectomia causa câncer de próstata?
Mito. Existiam suspeitas, mas foram descartadas posteriormente por serem inconsistentes.
O câncer de próstata tem poucos sintomas?
Verdade. Em sua fase inicial, o câncer é praticamente assintomático. Por isso, a prevenção é fundamental.
O câncer de próstata é mais lento se comparado aos demais tipos?
Verdade. Existem tipos de câncer que são mais agressivos.
Câncer de próstata causa impotência e incontinência urinária?
Depende. Em estágios mais avançados, um dos efeitos colaterais pode ser algum desses, mas não é uma regra.
O toque retal é imprescindível para o diagnóstico?
Verdade. O toque faz parte do processo de confirmação, juntamente com o teste PSA (sangue) e biópsia.
O exame de toque é doloroso?
Mito. O toque é desconfortável e desagradável, mas não dói. O exame dura cerca de 30 segundos.
Andar a cavalo ou de bicicleta com frequência danifica a próstata?
Mito. Não existe qualquer referência deste tipo na literatura médica. Essas atividades são evitadas apenas antes do exame para evitar alterações.
Fonte: Dr. Felisberto Serra