A Baixada Santista pode contar com um trabalho integrado entre as cidades, tendo como meta atrair mais delegações que virão para o período de climatização das pré-olimpíadas Rio 2016. A possibilidade foi levantada pelo secretário de Esportes de Santos, Alcídio Melo, Cidão, durante a oficialização do comitê pró-Olimpíada, e admitida por autoridades de Praia Grande e Guarujá, municípios que se mobilizam para abrigar atletas.
Pesa a favor da região as semelhanças com o clima e a geografia do Rio. Este fato é levado em conta, principalmente por comitês olímpicos de países europeus e asiáticos, que possuem clima e fusos horários bem diferentes. Outro fator positivo é a proximidade com os principais aeroportos (uma hora de Congonhas e uma hora e meia de Guarulhos) e relativamente próximas ao Rio.
“É possível ter uma relação entre os municípios para trazermos delegações às cidades. Nenhum município tem condições de abrigar atletas de um país sozinho”, afirmou Cidão, lembrando que participam dos Jogos esportistas de aproximadamente 200 países em 35 modalidades nas Olimpíadas e 22 nas paraolimpíadas. “Quando a delegação da Bélgica esteve em Santos, em 2014, eu os levei para conhecer a pista de atletismo de Praia Grande”, recorda.
Cidades aprovam
O discurso é compartilhado pela coordenadora do núcleo de Projetos Especiais de Guarujá, Maria Eunice Grötzinger. “Fizemos vários trabalhos juntos (com Santos), durante a Copa do Mundo, quando recebemos a Bósnia e os resultados foram ótimos. Acho importante, pois cada cidade tem uma oferta diferente. Temos que desempenhar ações conjuntas”, destacou. “Estamos na fase final de planejamento e vamos marcar uma reunião com Santos”.
De acordo com ela, Guarujá conta com o apoio da Bósnia e da Suíça, países que cidade manteve contato próximo no Mundial de futebol. “Os bósnios fizeram uma carta nos recomendando e os suíços nos sugeriram criar espaços para esgrima. Estudamos realizar isso nos hoteis Casagrande e Jequitimar”.
O secretário de Esportes e Lazer de Praia Grande, Hugo Ribeiro, “vê com bons olhos” a integração. “Contudo, é preciso que os secretários envolvidos conversem e possam trocar informações. Precisamos discutir como funiconaria esta parceria, como seriam utilizados os aparelhos de cada cidade, quais os benefícios em termos de visibilidade”. Ele observa que há questões a serem analisadas, pois se a pista de atletismo da cidade for usada, por exemplo, atividades hoje desenvolvidas no local seriam interrompidas momentaneamente. “É preciso planejamento”.
Ele afirma que a expectativa é grande para as Olimpíadas. Integrantes do comitê japonês gostaram da cidade. “Inclusive, em junho, eles devem realizar jogos amistosos de vôlei contra a seleção brasileira (feminina e masculina) em Praia Grande”. Já nos consultaram sobre a possibilidade de cessão do ginásio”.