Balanço divulgado hoje registra um prejuízo de R$ 59 milhões apenas no ano passado (Foto: Reprodução)
Aproveitando a data limite para divulgação do Balanço Patrimonial, o Santos FC divulgou hoje (30), última dia para a publicação, conforme prevê a legislação, os resultados financeiros do ano anterior, ainda na gestão do ex-presidente Odílio Rodrigues Filho. Os números preocupam e mostram as dificuldades que a atual diretoria do clube tem enfrentado para pagar as contas e pendências judiciais, correndo o risco de até o prêmio da final do Paulistão (R$ 1 milhão em caso do vice-campeonato e R$ 3 milhões em caso de conquista do título) ser bloqueada pela Justiça para pagamento do salário do ex-técnico da equipe, Muricy Ramalho. A ideia original do presidente Modesto Roma Jr é que o dinheiro ajude a pagar as pendências existentes com o atual elenco.
Apenas no ano passado, os prejuízos chegaram a R$ 58,9 milhões. No ano anterior, já haviam atingido a marca de R$ 40,6 milhões, enquanto que em 2012, o clube fechou no azul em R$ 14,5 milhões. Em dois anos, houve um crescimento de R$ 100 milhões apenas no passivo do patrimônio líquido do clube, saltando de R$ 103,8 milhões em 2012 para R$ 203,3 em 2014.
Alguns motivos ajudam a entender esta queda. O clube perdeu no ano passado – sem contar a inflação oficial do período, de 6,5% – 12% de suas principais receitas em relação a 2013. Naquela ocasião, Neymar – a principal joia do SFC – chegou a jogar pelo clube santista até a primeira partida do Campeonato Brasileiro, em maio, partindo depois para fazer história no Barcelona, na Espanha. As receitas com os jogos cresceram timidamente de R$ 10,2 milhões para R$ 10,9 milhões (6,8%). Por sua vez, houve significativa queda nos repasses dos direitos federativos (-36,4%) e receitas com transmissões televisivas e publicidade (-8%). Em números, sem contar a inflação, foram R$ 24 milhões a menos.
Por sua vez, houve um salto de valores nos gastos com aquisição de atletas, cujas despesas cresceram de R$ 76,8 milhões para R$ 111,6 milhões, além das obrigações trabalhistas, cujos recursos dobraram, passando de R$ 8,4 milhões para R$ 16,1 milhões. Chama a atenção o aprofundamento das dívidas em relação aos juros bancários. Os juros cresceram 33% passando de R$ 12,6 milhões em 2013 para R$ 16,8 milhões no ano passado, além do aumento no item outras despesas financeiras, que cresceram 75%, passando de R$ 10,9 milhões para R$ 19,2 milhões no período.