
As mulheres são as que mais sofrem de doenças relacionadas à tireoide. Há estudos científicos que indicam prevalência até nove vezes maior no sexo feminino
Embora tenha um papel essencial para o funcionamento do corpo humano, a tireoide não é conhecida por todos. A glândula é responsável por produzir os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tetraiodotironina), importantes para a manutenção da saúde. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 300 milhões de pessoas em todo mundo sofrem de disfunções na tireoide, mas metade delas não sabe disso.
“O T3 e o T4 são sintetizados pela tireoide, que usa o iodo como matéria-prima. A sua secreção depende do estímulo do TSH, produzido pela hipófise. Os hormônios tireoidianos têm papeis fundamentais em todo o organismo, desde a vida fetal, até a regulação das atividades de todos os órgãos, produção de calor do corpo, regulação dos batimentos cardíacos e estado psíquico,” explica Dra. Suemi Marui, especialista em endocrinologia pelo Lavoisier Medicina Diagnóstica.
As mulheres são as que mais sofrem de doenças relacionadas à tireoide. Há estudos científicos que indicam prevalência até nove vezes maior no sexo feminino. De modo geral, cerca de 4,6% da população brasileira sofre de hipotireoidismo (quando a tireoide trabalha pouco ou para de trabalhar); por outro lado, cerca de 1,3% dos brasileiros sofre de hipertireoidismo (quando a glândula trabalha demais).
Os hormônios da tireoide são fundamentais na regulação da nossa disposição, humor e sono. Por isso muitas vezes a falta dos hormônios, pode ser confundida com depressão, já que os sintomas podem ser parecidos – cansaço excessivo, sonolência e esquecimento. Por outro lado, o excesso de produção dos hormônios tireoidianos também causam irritabilidade e insônia, sendo confundido com ansiedade. “Como a tireoide está envolvida em diversos processos metabólicos, as disfunções tireoidianas podem ser confundidas com diversas doenças, dificultando, muitas vezes, o diagnóstico e atrasando o tratamento adequado”, aponta a dra. Suemi.
Diagnóstico
O diagnóstico, tanto do hiper quanto do hipotireoidismo, é simples. “Basta um exame de sangue, com as dosagens de TSH e T4, que requer apenas três horas de jejum antes da coleta do material”, lembra a médica. De maneira geral, na presença de TSH elevado e T4 (geralmente o T4 livre) baixo, o diagnóstico é de hipotireoidismo. Quando o TSH está muito baixo e o T4 livre está elevado, o diagnóstico é de hipertireoidismo.
Normalmente a investigação de doenças da tireoide deve ser feita em quem tem história familiar de doenças da tireoide, diabéticos do tipo 1 (insulino-dependente), quem possui doença autoimune (lúpus, miastenia, etc), quem apresenta bócio (aumento da tireoide) e quem faz uso de algumas medicações como interferon, lítio e amiodarona. Claro que também deve ser solicitado na presença de sintomas e sinais de doença da tireoide, tanto para fazer o diagnóstico como para excluir um problema atribuído à tireoide. “Por exemplo, o ganho de peso pode estar relacionado ao hipotireoidismo, mas a maioria das pessoas que ganha peso não é por causa da tireoide, pois seus exames de TSH e T4 livre são normais”, explica a endocrinologista.