
Jovens ocuparam a Assembleia Legislativa reivindicando a apuração da CPI da Merenda, que ainda não foi instalada. Foto: Divulgação
Com 77 de um total de 94 deputados em seu poder, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não enfrenta problemas na Assembleia Legislativa. Assim, não provoca surpresa as dificuldades para a instalação da CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito da Merenda Escolar, com suspeita de envolvimento de membros do alto escalão do governo tucano e até do presidente da Casa, o deputado Fernando Capez (PSDB).
No início da semana, jovens chegaram a ocupar a Assembleia para protestar contra a demora nas investigações da CPI da Merenda (foto). Na quinta, a Justiça havia garantido a reintegração de posse do local.
Para que a CPI seja instalada é preciso ter o aval de 32 dos 94 parlamentares. Só existiam 25 assinaturas. E mesmo que seja aprovada, esta será a 11ª CPI na fila de espera, pois o Regimento Interno do Legislativo permite que apenas cinco CPIs possam estar em funcionamento de forma simultânea.
Ou seja, não há qualquer interesse dos deputados estaduais em apurar de fato o escândalo das merendas, conforme tornado público na operação da Polícia Civil, denominada Alba Branca, que apura a existência de um provável esquema de fraude na compra de alimentos de merenda escolar envolvendo a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf Brasil) e a Secretaria de Estado da Educação e 16 prefeituras, inclusive a de Santos, que foi citada por um dos membros da Coaf, incluindo o eventual envolvimento de um vereador, cujo nome não foi revelado.
Os deputados Caio França (PSB) e Paulo Correa Junior (PEN) são contrários à abertura da CPI. Eles alegam que o Ministério Público já está investigando o caso.
Ao que parece, portanto, ambos esquecem que o papel do legislador é também o de investigar os atos do Executivo. Mero detalhe diriam alguns…
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