
Algumas cidades investem um valor menor na merenda escolar do que o oferecido no Programa Bom Prato, ao valor de R$ 1,00. Foto: Divulgação
Saúde e Educação são consideradas áreas prioritárias para qualquer governante. Como as verbas são carimbadas – pelo menos até o Governo Federal não alterar a legislação – teoricamente os recursos empregados são, na teoria, garantidos. Mas alguns indicadores mostram que nem sempre o discurso político é colocado em prática.
Números distintos II
Coletando dados sobre os gastos com merenda escolar por aluno, chama a atenção o valor que algumas prefeituras gastam diariamente (contando 200 dias letivos) para alimentar suas crianças. Dados de 2014 obtidos junto ao Tribunal de Contas do Estado, os mais recentes, mostram que na região 197 mil crianças recebem diariamente merenda escolar. E o gasto per capita varia de R$ 0,43/dia (como em Cubatão) a R$ 3,30/dia (em Guarujá). A média regional chega a R$ 1,75/dia.
Números distintos III
Além de Cubatão, São Vicente gasta R$ 0,61/dia, valor menor que o dispendido por uma pessoa nos Restaurantes Bom Prato, programa do governo paulista, cuja refeição custa R$ 1,00. Fica a dúvida: com estes centavos, qual tipo de alimento é oferecido às crianças?
Números distintos IV
As disparidades também ocorrem na Saúde. A cidade que mais gasta de forma per capita em Saúde é Cubatão. Em 2014, foram R$ 1.288,91/morador, equivalente a 24,56% da receita própria. Curioso que a cidade tem uma mortalidade infantil acima da média, batendo 16,5 casos por mil nascidos vivos.
Números distintos V
Já Peruíbe gastou 38,17% das suas receitas próprias na área da saúde e mesmo assim tem uma mortalidade de 22,1/mil nascidos, quase o dobro da média estadual. Pode-se concluir, portanto, que muitas vezes o recurso existe, mas há falta de gerenciamento e competência para lidar com verbas públicas.
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