Serão 40 sessões gratuitas em cinco dias. Uma verdadeira maratona para o público que aprecia a produção audiovisual.
Aos que também tem interesse em discutir a realidade sociocultural, política e econômica brasileira.
Ao atingir sua 16ª edição, o Curta Santos – Festival de Cinema de Santos ocupa a cidade com 47 obras vindas de nove estados.
Assim, acontecendo diversos curtas e longas-metragens, além de videoclipes.
No entanto, o tema desta vez é “Pra Frente, Brasil”.
Assim, o tema inspirado na contemporaneidade do filme homônimo de Roberto Farias (1932-2018), o filme foi lançado em 1968.
Não por acaso, trata-se do mesmo ano em que foi baixado o Ato Institucional Nº5, o mais emblemático da história da Ditadura Militar.
Pautada por esta reflexão, a direção de mostras do Festival definiu os filmes da mostra nacional Olhar Brasilis.
Entretanto, os próprios realizadores locais reuniram-se para escolher as obras da seleção regional Olhar Caiçara.
Contudo, a terceira categoria competitiva é a Videoclipe Caiçara.
Assim, apresentando o trabalho de bandas e artistas da região para a linguagem.
Fiel às premissas de democratizar sua existência e contribuir com a formação de plateias e o fortalecimento do movimento audiovisual da Baixada Santista, o festival ocupa espaços de forma descentralizada, com sessões em bairros como Gonzaga, Vila Mathias, Zona Noroeste e Vila Progresso.
Além de realizar oficinas sobre a produção cinematográfica.
Entretanto, ainda contempla mostras especiais, não-competitivas, com longas-metragens e filmes voltados para o público infantil.
Programação
A Sessão Especial de Abertura, marcada para terça-feira, 16 de outubro (terça, às 20h30) transformará a Praia do Gonzaga em uma sala de cinema.
Na faixa de areia próxima à Praça das Bandeiras estará instalado um telão para a exibição de “Vlado – 30 Anos Depois”, longa de João Batista de Andrade, o diretor homenageado desta edição.
Todavia, em caso de chuva, a sessão será transferida para o Cine Roxy 5.
Diretor de obras fundamentais para cinema e televisão, o mineiro João Batista de Andrade alinhou-se ao movimento estudantil e à militância política para marcar presença tanto no auge da Embrafilme quanto na gênese da retomada do cinema nacional.
Contudo, além de produtor de cinema e escritor, também foi secretário estadual da Cultura em São Paulo.
Além de presidente da Fundação Memorial da América Latina e Ministro da Cultura de forma interina, em 2017.
A seleção de curtas-metragens inclui as mostras competitivas (Olhar Caiçara, Olhar Brasilis e Videoclipe Caiçara) no Cine Roxy 5.
Assim, com a circulação da programação para crianças, o Curta Matinê – “O Filho do Vento”, “Procura-se”; “O Malabarista” e “Diário de Areia”.
Os longas: “Praça Paris”, de Lúcia Murat (Cine Arte Posto 4). Além de “45 Dias Sem Você”, de Rafael Gomes, que fará sua estreia nacional no festival.
Oficinas de direção e história do cinema
Profissionais de reconhecida trajetória no segmento, Caru Alves de Souza e Celso Sabadin realizam, respectivamente, as oficinas de “Direção Cinematográfica” e “História do Cinema”, entre os dias 16 e 19 de outubro, das 14h às 17h, no Auditório do Sesc Santos.
Assim, as inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.curtasantos.com.br.
O workshop Direção Cinematográfica (30 vagas) vai abordar, nos dias 16 e 17, os conceitos e práticas que envolvem a direção cinematográfica.
Além de discutir questões enfrentadas por diretoras mulheres no mercado audiovisual.
Entretanto, Caru Alves de Souza é diretora, roteirista e produtora.
“De Menor” (2014), seu longa de estreia, teve sua première no 61º Festival de San Sebastian.
Assim, ganhando o prêmio de Melhor Filme no Festival do Rio (2013), sendo licenciado pela HBO Latin America e Canal Brasil.
Dirigiu e roteirizou os premiados curtas “Assunto de Família” (2011), e “O Mundo de Ulim e Oilut” (2011).
Além de dirigir dois documentários veiculados pela TV Cultura.
Atualmente, trabalha em seu segundo longa: “Bagdá – Cenas do Cotidiano”, contemplado em 2017 com o Tribeca LatinAmerica Fund.
Também assinou a direção da 2ª temporada da série “Causando na Rua”, com direção geral de Tata Amaral para o Canal CineBrasilTV.
Já a oficina História Do Cinema (40 vagas), nos dias 18 e 19, propõe um panorama analítico sobre filmes brasileiros e autores que representaram a resistência democrática contra a Ditadura iniciada em 1964.
Assim, especialmente no período entre 1968 e 2018.
Crítico de cinema, curador e escritor, Celso Sabadin é Mestre em Comunicação pela Universidade Anhembi Morumbi.
Graduado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero.
E também em Publicidade e Propaganda pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Autor dos livros “Vocês Ainda Não Ouviram Nada – A Barulhenta História do Cinema Mudo” (1997/2000); “Éramos Apenas Paulistas” (2009); “O Cinema como Ofício” (2010); “História do Cinema Para Quem Tem Pressa” (2018).
No entanto, também roteirizou e dirigiu o longa “Mazzaropi” (2013).
Roteirizou o curta “Nem Isso” (2015), da obra de Luis Fernando Veríssimo.
Por fim, co-roteirizou o longa documental “Badi Assad” (2018).