Aos 75 anos, o grupo Pierotti, iniciado por Mansueto Pierotti em 1949, vai mudar de endereço.
Sairá do Valongo, onde está desde 1978, para um imóvel de 5 mil m2 na confluência entre as ruas General Câmara e Avenida Conselheiro Nébias, no Paquetá.
A mudança se deve em razão da expansão das atividades e também na futura construção de um empreendimento residencial, com 1080 unidades, além de lojas, o que afetará todo o entorno do local onde a empresa está sediada.
A expectativa é que a mudança ocorre até o final de 2025 ou início de 2026.
Atualmente, a empresa, que há 11 anos se dividiu em duas, a G. Pierotti e a Master Marine, tendo à frente os dois filhos do fundador, se consolida como uma referência na área de Ship Chandler no País.
Ou seja: de abastecimento de cargas e alimentos para navios.
Um pouco da história da empresa foi contada por Geraldo Pierotti, cujo negócio divide com seu filho, Gustavo, no Jornal Enfoque desta quinta (20).
Prestes a completar 77 anos no próximo dia 28, Pierotti continua na ativa não só na empresa, mas também em atividades culturais.
Recentemente, viajou a negócios para países como Chipre e Grécia para prospectar negócios e fechar novos contratos.
No mês passado, a empresa fundada pelo seu pai recebeu homenagem na Câmara de Santos, em propositura do vereador Zequinha Teixeira (PP).
Empregos gerados
Na entrevista, o empresário falou da modernização das atividades e do apoio realizado pela Fundação Dom Cabral, que faz monitoria das atividades da G. Pierotti.
Hoje, 115 funcionários atuam na empresa, que trabalha 24 horas por dia para atender a demanda de embarcações nos portos brasileiros.
Portanto, gera, de forma indireta, 800 empregos, calcula.
“Durante a pandemia, fomos um dos poucos setores que não pararam”, lembra.
Na entrevista, ele falou da luta da categoria em busca do reconhecimento pelo setor portuário, por meio da Associação Brasileira de Fornecedores e Serviços a Navios – ABFN
“A importância da nossa atividade é considerada fundamental para a salvaguarda da vida no mar”, salientou.
No entanto, ele reconhece a necessidade de maior valorização da categoria junto às autoridades do setor.
“Somos o patinho feio da cadeia do comércio exterior”, lamenta.
De hóstia a boneca inflável
Durante a entrevista, Pierotti comentou algumas curiosidades ao longo de sua trajetória profissional para atendimento dos mais variados pedidos.
Um deles, no início da carreira, era atender um pedido de tripulantes muçulmanos, que pediram-lhe um carneiro vivo para fazer um ritual religioso.
Aliás, a despeito das dificuldades, ele conseguiu o animal e o carregou pela escada de portaló nas costas até entregar ao comando da embarcação.
“Fiz a entrega como pedido”, relembra, rindo.
Aliás, a entrevista foi recheada de curiosidades, como os pedidos inusitados que já se deparou.
Na lista, hóstias, manequins de loja com porte de atleta e até uma boneca inflável com lingerie.
Os dois primeiros têm explicação lógica.
Assim, o primeiro em razão da existência de uma capela à bordo.
Já o segundo é usado por embarcações para serem colocados na popa e na proa dos navios para que os piratas da atualidade – comuns no mar da África, por exemplo – achem que são tripulantes.
Dessa forma, minimizam riscos de ataques a estas embarcações, pois os piratas acabam optando por outras embarcações desavisadas.
Por sua vez, a boneca inflável…
“Atendemos o pedido. Nem entramos no mérito”, ri.
Música
Compositor de choros, samba e músicas carnavalescas, Pierotti também tem seu nome ligado às escolas de samba e o Clube do Choro de Santos, além de ter papel importante na cultura da Cidade, especialmente à frente das atividades da Pinacoteca Benedicto Calixto.
É dele também, junto com César Pinguim, a célebre música de abertura do programa Esporte por Esporte, criado pelo jornalista Armando Gomes, já falecido.
Inclusive falou da proposta do novo Museu de Arte de Santos, a ser construído na área onde está o estacionamento do local. (veja mais nesta entrevista realizada no ano passado).
Até o final do ano, haverá o lançamento de edital para a criação de um projeto de sustentabilidade econômica do futuro museu, cuja proposta para captação do projeto executivo tem previsão de lançamento para outubro.
Assim, a obra tem custo estimado em R$ 55 milhões.
Confira o programa completo
Confira as notícias do Boqnews no Google News e fique bem informado.