População indígena da Aldeia Rio Branco, em Itanhaém, recebe título eleitoral | Boqnews
Indígenas recebem título eleitoral. Foto: Divulgação TRE SP

Ação social

12 DE ABRIL DE 2023

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População indígena da Aldeia Rio Branco, em Itanhaém, recebe título eleitoral

Ao todo, foram contabilizados 16 atendimentos, entre alistamentos, revisões e transferências na unidade indígena na Aldeia Rio Branco

Por: Da Redação

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Nas próximas eleições, o estudante Cristiano Vieira da Silva, 19 anos, vai poder votar pela primeira vez.

Morador da Aldeia Rio Branco, em Itanhaém, ele recebeu o título durante ação realizada nesta terça (11) pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) na localidade.

Com problemas de infraestrutura e de difícil acesso, a comunidade indígena está situada a quase 30 quilômetros do centro do município.

Atualmente, vivem no lugar 24 famílias da etnia Guarani-mbya (pronuncia-se bêá).

“Não fosse a vinda da equipe, não sei quando tiraria o título. A dificuldade é a distância. Acho importante votar para lutar por nossos direitos e preservar o nosso povo”, afirma Cristiano.

Assim, ao nascer, recebeu o nome Tupã (trovão, em sua língua nativa) Jekupe durante batismo espiritual na casa de reza da aldeia.

Por sua vez, a indígena Maria Krexu de Souza, 54 anos, batizada Krexu Poty (pétala de flor) tinha título, mas estava em situação irregular por não ter votado nas últimas eleições.

“Pretendo votar de novo porque também temos o direito de escolha”, diz.

Dessa maneira, parte dos indígenas não tem fluência no português, apesar de entenderem bem a língua.

As entrevistas para a equipe de comunicação do TRE-SP foram realizadas com a tradução de uma das líderes da aldeia, a professora Vanessa da Silva Paraí (oceano).

Atuação contou com integrantes da Justiça Eleitoral. Foto: Divulgação

Dificuldades

Ela conta que nem todos os serviços públicos chegam à comunidade devido à distância.

“Quando chove, acaba alagando tudo. Contamos com ajuda para o transporte”, ressalta.

Segundo Paraí, a interrupção da vida escolar afasta os indígenas da participação política.

“Temos escola aqui, mas não há ensino médio. Muitos jovens param de estudar no nono ano. Às vezes têm dificuldade de se comunicar, não tiram o título”, explica.

A professora, que dá aulas culturais da língua Guarani-mbya, acrescenta que todos têm direito de voz.

“Temos direito de exercer a cidadania. Cada povo tem seu conhecimento. A política é importante para preservar nossa cultura, costumes e tradições”.

Assim, a mobilização na aldeia foi organizada pela Secretaria de Planejamento Estratégico e de Eleições (Seplan), com participação de servidores da 189ª Zona Eleitoral — Itanhaém e do posto de Mongaguá, além da Coordenadoria Executiva da Ouvidoria (Couvex).

Dessa maneira, esta foi a segunda visita das equipes do TRE-SP à comunidade, situada na Baixada Santista.

Ao todo, ocorreram 16 atendimentos, entre alistamentos, revisões e transferências.

Dessa forma, a iniciativa ainda teve a participação de servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Poupatempo, que fez triagem para emissão de RGs.

Por sua vez, a ação faz parte do “Projeto Inclusão Político-Eleitoral — assentamentos, povos e comunidades tradicionais do Estado de São Paulo”.

Assim, o objetivo é aumentar a participação de assentamentos, povos e comunidades tradicionais no processo eleitoral por meio do mapeamento de suas localizações, da identificação de suas necessidades e da promoção do acesso ao voto.

Pelo menos mais quatro aldeias devem ser visitadas até o fim deste semestre.

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