
Pequena rua no Centro foi reformada há dois anos por R$ 743 mil, com verbas Dade. Foto: Nando Santos
Há exatos dois anos, a edição do Diário Oficial de Santos informava que os pedestres que circulassem pela Rua Frei Caneca, no Centro Histórico, encontrariam uma nova rua nos seus quase 200 metros de extensão entre as ruas João Pessoa e Amador Bueno. Na prática, porém, a realidade é bem diferente. Especialmente, em relação aos postes.
Conforme o texto, a Prefeitura corrigiu os desníveis do solo, repavimentou a via, executou as calçadas em concreto desempenado e piso drenante e instalou lixeiras em madeira plástica. Não bastasse, seriam plantadas árvores e instalados bancos padronizados, estes, aliás, inexistentes, assim como as lixeiras do modelo anunciado (substituídas pela do tradicional concreto).
A proposta de revitalização previa ainda a instalação de postes estilizados. Na ocasião, a arquiteta Marta Moura Ribeiro Leite Flores afirmou ao Diário Oficial: “Para isso, foram instalados os dutos por onde serão embutidos os fios de eletricidade e de telefonia. As concessionárias e a CPFL farão a transferência da fiação aérea para o chão”, relatava. Mesmo após tanto tempo, a alteração não foi feita.
Afinal, ao lado dos postes que remetem ao passado convivem os tradicionais modelos de concreto e ferro. Já os dutos encontram-se junto aos estabelecimentos comerciais à espera da efetiva alteração prometida.
Não bastasse, ao que parece, a reforma, que custou R$ 743 mil usando verbas Dade, recursos da área de turismo repassados pelo Governo do Estado aos municípios, não surtiu o efeito desejado. O concreto drenante está solto em vários trechos, colocando em risco os pedestres. “Volta e meia alguém tropeça neles”, explica uma funcionária de uma financeira localizada na rua, que não se identificou.
E o pior: em dias de chuva forte, água e esgoto se misturam, alagando a pequena via, provocando odor e o surgimento de alguns ‘dejetos’ humanos indesejáveis que boiam pelas calçadas. “Antes da reforma este tipo de problema não existia”, reclama a comerciante Marina Afonso.
Resposta
Em nota, a Administração informou que está em tratativas com a CPFL para remoção dos postes antigos, o que permitirá a ligação dos postes estilo republicano e consequente eliminação da fiação aérea.
Conforme a Prefeitura, os bancos não foram instalados porque comerciantes, em reunião com o Poder Público, se mostraram receosos com a possibilidade da utilização dos equipamentos ‘por meliantes’.
Quanto ao problema dos alagamentos, um fiscal da Prefeitura irá até o local para identificar o problema para providenciar o conserto.