Com a retirada de 25 radares pelas ruas de Santos em razão do fim do contrato com a empresa que prestava o serviço, a CET Santos vai enfrentar problemas para fechar as contas até o final do ano.
Não bastasse, o acordo com os funcionários está longe de encerrar. A CET informa que não tem condições de atender o pedido da categoria.
Além disso, sem os radares, a empresa deixa de arrecadar R$ 54,4 mil diários, em média.
O número toma como base o faturamento da empresa somente com multas.
Conforme o balanço da CET publicado no Diário Oficial de 30 de março último, a empresa arrecadou exclusivamente com multas de trânsito R$ 46.239.134,37 em 2021.
Deste montante, os radares corresponderam a 42,96% do total (R$19.864.332,12).
Levando em consideração este cenário, percebe-se o tamanho do impacto da retirada dos radares nas contas da CET, ainda mais agora neste momento delicado por pressão de aumento salarial.
Como boa parte deles foi retirada antes do feriado de Páscoa (entre os dias 13 e 14 de abril), é possível calcular o volume do prejuízo diário crescente beneficiando os motoristas.
Mas colocando em risco pedestres, ciclistas e os demais motoristas e motociclistas.
Dessa forma, até o momento, a CET já registra uma perda de arrecadação de praticamente R$ 1 milhão, levando em consideração os mesmos números arrecadados diariamente do ano passado, em média.
Risco de ficar no vermelho
Não bastasse, a empresa, que obteve um repasse de R$ 30 milhões da prefeitura de reforço de caixa neste ano (foi de R$ 27 milhões no ano anterior), com aval da Câmara, terá dificuldades para manter o pequeno superávit obtido no seu balanço no ano passado.
De meros R$ 40.304,18 – não chegando a 13% das horas extras pagas pela empresa aos seus colaboradores somente no mês de março.
Ou seja, quanto mais tempo os radares demorarem a ser instalados, maior será a queda na arrecadação em multas pela empresa.
Sem contar a pressão para reajuste dos servidores.
Sem radares, risco de acidentes cresce. Foto: Divulgação
Justiça
Além disso, a proposta de reconciliação segue indefinida.
As conversas com o sindicato prosseguem e nova reunião de conciliação com o TRT – Tribunal Regional do Trabalho está marcada para quinta (5).
O sindicato pede o mesmo índice dos demais servidores da Prefeitura (10,06%), além de reposição das perdas de 2020 e 2021.
A CET oferece índices bem menores.
Nota
Em nota, “a CET-Santos informa que permanece com canal aberto para negociação com o Sidviários (sindicato da categoria) para definição de proposta salarial que atenda as expectativas dos colaboradores, de acordo com a realidade financeira da empresa.
Em reunião de mediação, com a interlocução do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), realizada na última terça-feira (26), a direção da companhia expôs a proposta apresentada à categoria.
Além disso, reiterou o compromisso de garantir aos trabalhadores os reajustes salariais e dos benefícios, sem inviabilizar a saúde financeira da empresa.
Além da tentativa de conciliação, a empresa mantém diálogo direto com o sindicato. (Nota da Redação: porém, ele recusou a proposta, conforme comunicado)
Informamos, ainda, que 100% do efetivo da Companhia retomou as atividade desde às 23h do dia 25/4.
Os equipamentos de fiscalização eletrônica já estão em processo de instalação pela empresa vencedora da última licitação – Splice Comércio e Indústria Ltda”.
A homologação da vencedora foi publicada no Diário Oficial do dia 19 de abril, após, portanto, a retirada dos mesmos pelas ruas de Santos.