Assaltos em Santos têm sido cada vez mais constantes nas ruas | Boqnews
Foto: Divulgação

Insegurança

05 DE AGOSTO DE 2018

Siga-nos no Google Notícias!

Assaltos em Santos têm sido cada vez mais constantes nas ruas

Apesar dos levantamentos oficiais registrarem queda no total de casos, na prática os roubos em Santos têm sido cada vez mais constantes, conforme relatos nas redes sociais

Por: Da Redação

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

Quem pensava que bairros nobres eram locais onde a tranquilidade era presente, talvez agora possa estar mudando a própria concepção. Hoje, relatos e filmagens mostram a violência presente em Santos. E cada vez mais os munícipes se sentem inseguros e impotentes diante deste cenário.

Nas redes sociais de páginas locais – que contam com milhares de seguidores -, é possível encontrar publicações, quase que diariamente, sobre furtos e assaltos. No domingo passado, uma filmagem de câmeras de seguranças mostrou a típica abordagem dos assaltantes.

No vídeo, um casal que caminhava pela Rua Itapura de Miranda, no Boqueirão, foi abordado violentamente por uma dupla de bandidos, sempre montados em bicicletas. Eles exigiram as alianças de ouro. Na tentativa de escapar, o casal correu em direção da rua, no entanto os meliantes os jogaram no chão, e arrancaram à força os anéis. O crime ocorreu em plena luz do dia.

 

Roubos em Santos

Por mais que os dados mostrem uma baixa no número de assaltos e furtos, o que tem acontecido nas ruas parece dizer o oposto. No entanto, isso é dado pelo simples fato de que as pessoas não estão registrando queixa nas delegacias. Talvez a sensação de impunidade ou a complexidade para registrar um simples BO seja um dos fatores para que as pessoas não procurem seus direitos.

A administradora de empresas Andréa Soares, 49 anos, foi mais uma vítima da bandidagem. Ela relatou que sofreu uma tentativa de assalto  junto com a sua irmã, na Rua Tocantins, em torno das 15 horas há algumas semanas. Enquanto andavam pela rua do Gonzaga, um sujeito que circulava de bicicleta no contrafluxo da via, foi em direção a elas.

De acordo com Andréa, ele foi empinando a bicicleta e em seguida perdeu o controle e colidiu com o muro atrás delas. Enquanto o assaltante tentava se levantar, Andréa tentou buscar uma solução. “Havia uma senhora de idade que estava na frente de sua casa e eu resolvi pedir ajuda”, explicou.

No momento em que ela foi conversar com a idosa, ambas agiram como se conhecessem para que pudesse assustar o assaltante. “Em um certo momento, ele veio até nós novamente e começou a falar ‘perdeu’ (frase comum quando se anuncia um assalto), repetidamente. Eu me fiz de surda, como se não fosse comigo, e em seguida ele foi embora”, explicou.

Denúncia

Este caso não pode ser relatado qualquer Boletim de Ocorrência, pois a situação se tratava apenas de uma tentativa que não houve êxito.

Após o susto, Andréa e a sua irmã pararam em uma padaria para tomar água e aliviar a tensão. Uma funcionária comentou que a prática de roubos e furtos naquela região tem se tornado cada vez mais comum, mesmo se tratando de um bairro movimentado como o Gonzaga.

Andréa diz que a sensação de impunidade retrata bem o cenário da criminalidade, e acredita que hoje em dia tem sido necessário se trancar dentro de casa para se proteger.

 

Vigilância Solidária

A Sociedade de Melhoramentos Amigos e Moradores da Vila Belmiro tem apresentado soluções para combater a criminalidade. O presidente Mario Bernardino se diz confiante com o Vigilância Solidária, projeto da PM, onde a ideia é reunir os moradores em grupo de Whatsapp para divulgação de alertas.

E assim isso cada vez mais tem trazido segurança ao bairro, segundo ele. Antes de colocar o projeto em prática, foi necessário estimular as pessoas a aderirem o projeto. Hoje, com a participação da vizinhança, foram criados grupos divididos em ruas e dentro deles a Polícia Militar Comunitária se faz presente.

O sargento Douglas, de 46 anos, na PM há 27 anos, explicou que ele e o Capitão Marcos estão em todos os grupos dos moradores. Porém, pelo fato de não poderem acompanhar o grupo 100%, em caso de emergência, os tutores contatam diretamente as autoridade pelo aplicativo.

Espalhadas pelo bairro, existem faixas e placas que reforçam a parceria entre os moradores e a Polícia Militar. Bernardino e o sargento concordam que isso é uma forma de intimidar o bandido. “Ao verem as placas, com certeza eles pensam duas vezes antes de agir”, afirmou.

De acordo com Bernardino, faixas como essas, que estão espalhadas na Vila Belmiro, tem o objetivo de intimidar eventuais assaltantes Foto: Nando Santos

Tecnologia

A empresa TecVoz disponibiliza esse serviço de vigilância online de 24 horas. No site, é possível fazer um teste na aba de “Demonstrativo” e acompanhar todas as ferramentas disponíveis.

Além de incentivar os moradores a zelarem pela segurança do local onde moram, a intenção do projeto é também retomar a força das antigas tradições de união que existiam entre a vizinhança. No momento, o sargento Douglas está de férias, mas ele acredita que ao voltar para o trabalho o número de núcleos irá dobrar.

Atualmente são 12 núcleos, e na visão de policial todos eles estão afastando a criminalidade na área. Para a expansão do projeto nos demais bairros em Santos, será necessário que outros integrantes da corporação abracem a ideia.

 

IMEI

O IMEI é um código presente em todos os smartphones. É possível encontrar o número na nota fiscal da compra do aparelho, também está presente em uma etiqueta colada no aparelho, que fica atrás da bateria (disponível aos aparelhos que possuem bateria removível), ao retirá-la.

Alguns celulares também exibem o código, ao digitar no teclado de chamada, a senha *#06#. Antes de fechar negócio com qualquer comprador, há a possibilidade de usar o site Consulta IMEI (www.consultaaparelhoimpedido.com.br) para verificar a  origem e situação do aparelho móvel.

Caso o celular tenha sido furtado ou roubado, o mesmo será indicado pelo site. Caso contrário, aparecerá “não cadastrado na base” no campo resultado.

Resultado de imagem para imei

 

Receptação também é crime

Em outubro de 2015, o estudante Luann Oshiro, de 18 anos, foi vítima de latrocínio em um ponto de ônibus da Av. Francisco Glicério, no Gonzaga. O motivação foi uma tentativa de roubo de celular, onde o bandido disparou contra o jovem.

Desde então, foi criado o Projeto Luann Vive, fundado pelo pai, Paulo Oshiro. Atualmente, ele luta a favor da conscientização sobre a receptação, promovendo a campanha Receptação é crime. (Foto: Marcelo Martins / PMS)

Dentro do projeto, eles alertam os jovens sobre o risco de comprar  produtos de onde não se sabe a origem. Em redes de ensino público, são feitas palestras em sala de aula, orientando estudantes de como proceder contra o crime de receptação. “Adquirir produto de origem duvidosa, incentivando os crimes de roubo e furto e que pode custar uma vida”, explicou Noah, irmão de Luann, durante a palestra do projeto concedida na escola Cidade de Santos. A partir do Projeto Luann Vive (iniciativa que visa dar continuidade nos projetos do jovem assassinado), Paulo e uma equipe de voluntários promove ações sociais em Santos.

Para acompanhar o trabalho, acesse a página oficial no Facebook.

 

Vivenciando o problema

 

”Quem nunca passou por uma situação onde a sensação de insegurança prevalece? Em Santos, a situação vai de mal a pior. Em grupos de Facebook, o assunto tem causado preocupação aos munícipes. Onde apenas podem lamentar os relatos de assaltos na Cidade.

Infelizmente, no começo da semana passada eu passei a fazer parte das vítimas de assaltos. No entanto, optei por não fazer o Boletim de Ocorrência, pois já havia desanimado por completo. A caminho do trabalho fui assaltado em uma sossegada rua do Embaré (foto).

Em torno das 9h20 da manhã, havia sido abordado por um bandido armado com uma arma de fogo. Ele levou meu celular e meu smartwatch e me mandou seguir sem olhar para trás.

Pelo fato de não ser a primeira vez que sou assaltado, notei que a abordagem é quase sempre a mesma. Além de usarem a violência a seu favor, também utilizam bicicletas para alcançarem suas vítimas.

O assaltante aparentava ser um senhor de aproximadamente 50 anos. Ele estava relativamente bem vestido, por isso não havia suspeitado dele.

Efetuar um B.O

A primeira coisa que eu fiz ao chegar à redação foi ligar para polícia e dar detalhadamente cada informação. Desde a aparência, vestimentas, localização e horário.  Ainda na expectativa de conseguir recuperar meus pertences, resolvi fazer um Boletim Online. Isso, para caso o sujeito fosse encontrado, e também para que pudesse reaver meus objetos. Para minha surpresa, falhei na primeira tentativa. De acordo com o e-mail da Delegacia Eletrônica, ‘’haja vista inconsistência dos dados fornecidos no formulário’’, que reprovou minha solicitação. 

Dessa forma, entendi que seria necessário ir pessoalmente a uma delegacia para poder registrar o boletim. E como cada D.P tem sua área, foi necessário me dirigir ao 3º DP na Ponta da Praia. Bem próximo ao Ferry Boat.

Lá outras quatro pessoas estavam na minha frente. Conversei com o policial e ele me entregou dois livros para fazer reconhecimento. Após olhar os álbuns com fotos de diversos presos, que passaram entre 2015 até 2017, não encontrei o sujeito que havia me assaltado.

Foi pedido para que eu esperasse para ser chamado. Uma senhora de idade presente perguntou se o atendimento iria demorar muito, pois precisava ir para casa, pois ela precisava voltar para cuidar de seu marido. Conclui que não sairia tão cedo dali. Perguntei até que horas a delegacia funcionava. Fui informado que o expediente se encerrava às 20 horas.
Como já era 19 horas e outras quatro pessoas estavam na minha frente, resolvi deixar para o dia seguinte.

Última esperança

Um colega disse que pela minha descrição e pela localização, o sujeito seria o mesmo que havia assaltado a irmã dele dias antes.

Ele trabalha no Centro e lá mesmo conseguiu recuperar o celular dela em feirinhas. Tentaria encontrar o meu da mesma forma. Hora depois, ele entrou em contato comigo. Para minha tristeza, disse. “O relógio foi vendido, já teu celular ‘tá’ por aqui todo despedaçado. O cara não sabia abrir para tirar o chip da operadora.  Depois de tentar de várias formas, ele quebrou a tela inteirinha. A parte traseira também está toda destruída”.

Portanto, isso era algo que eu já esperava pelo fato do celular ter sido importado da China. A caixinha do chip era semelhante a de um IOS. Onde há uma gavetinha que abre com a chave que vem com o aparelho.

No caso, a bateria não era removível. Não bastava só desparafusar os microparafusos para abrir a traseira. O relógio também era chinês, e o carregador USB era totalmente diferente dos convencionais.

Resultado: fiquei no prejuízo.” –

Lucas Freire

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.