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19 DE DEZEMBRO DE 2008

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Carinho e atenção como presentes

Vitor, Natália, Ângelo, Eduardo, Daniele e Rhayane. Nadir Soares Ramos viu sua família crescer a cada Natal que se aproximava e que despertava ainda mais o instinto materno que ela tem de sobra. Os seis, que hoje também estão entre a puberdade e adolescência, chegaram em suas mãos ainda bebês, carregando cada um, traumas de […]

Por: Da Redação

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Vitor, Natália, Ângelo, Eduardo, Daniele e Rhayane. Nadir Soares Ramos viu sua família crescer a cada Natal que se aproximava e que despertava ainda mais o instinto materno que ela tem de sobra. Os seis, que hoje também estão entre a puberdade e adolescência, chegaram em suas mãos ainda bebês, carregando cada um, traumas de maus tratos e abandono.



Dos seis filhos adotivos, Daniele (11) e Rhayane (10) são suas netas biológicas, mas que perderam a guarda para a avó. Os demais cativaram Nadir na antiga Casa de Estar e na Casa Vó Benedita, onde é voluntária há 15 anos.

Apesar do trabalho que uma a uma dava a Nadir, o amor só crescia e sua determinação vencia os desafios de dar a aquelas crianças uma família com princípios e, acima de tudo, respeito. Tanto Nadir como seu esposo, Vitorino José Ramos, sempre fizeram questão de falar a verdade aos filhos adotados por diversas razões. Entretanto, as principais são permitir que pudessem decidir em conhecer os pais biológicos e evitar que acontecesse algum relacionamento amoroso com parentes desconhecidos.

Sem exceção, quando bebês,  davam muito mais trabalho à Nadir e Vitorino do que os próprios filhos, pois era preciso driblar as crises de revolta que costumavam surgir repentinamente, no meio da noite ou a qualquer hora do dia.

O mais velho, Eduardo Marcelino Ramos (em memória) chegou à casa onde viveu até os 20 anos com três anos e meio. O garoto tinha acessos de raiva que o faziam arrancar os cabelos e se morder, impedindo que qualquer família o adotasse, mas a paciência e o amor de Nadir e sua família conseguiram reverter o problema.

Vitor Alexandre Ramos e Natália Cristine Ramos, a
mbos atualmente com 14 anos, não deixaram a desejar neste sentido. Vitor tinha saúde debilitada, precisa de cuidados médicos constantemente e Natália havia sido destituída de sua família diversas vezes, além de ter sido encontrada sozinha na rua com apenas um ano de idade.

Ângelo tem 12 anos e, quando bebê, apresentava à beleza cobiçada por inúmeros pais adotivos, mas chegou a Nadir com 1 mês e passou mais quatro sob seus cuidados devido aos vários problemas de saúde que apresentava. Nadir não pensou duas vezes em entrar na fila do cadastro de adoção para levar o bebê consigo.

No entanto, cada criança que chegava para viver com a família era recebida com muita alegria pelos outros filhos do casal e Nadir afirma que nunca houve qualquer crise de ciúmes entre eles, pois a alegria e o amor superavam estes obstáculos.

Facilidade para educar, alimentar, vestir os dez filhos nunca fez parte da rotina da família, que muitas vezes contou com ajuda da Casa Vó Benedita. Entretanto, o essencial nunca lhes faltou: o amor incondicional de pai e mãe.

O pai, Vitorino, ensinou aos filhos que não é só a família que adota a criança, a criança também adota a família e por isso sempre houve respeito às decisões de cada um.

Ao todo, Nadir e Vitorino afirmam que mais de 30 crianças passaram por sua casa e neste Natal, mais um bebê de três meses promete alegrar a celebração dos Ramos.

Trabalho multiplicado

Muitas pessoas não adotam crianças para passar o Natal em suas casas, ou porque não podem ou porque têm outros planos, no entanto, isso não impede que sejam papais noéis anônimos.

Dois exemplos deste trabalho são bem representados pela Polícia Militar, na Base Comunitária do Campo Grande e pela Associação Projeto Tam Tam. Serão mais de seis mil crianças presenteadas pela iniciativa do sargento Moisés da Silva, da atriz Claúdia Alonso e os mais de 120 voluntários que trabalham em prol de um Natal mais feliz para a garotada proveniente de famílias de baixa renda.

Na Base Comunitária, a festa da Sacolinha de Natal acontece desde 2002 com o apoio de Moisés e dos voluntários do grupo Coração Feliz. “Era o único presente de Natal que eu e meus amigos ganhávamos. Nós morávamos no Dique da Vila Gilda e muitas vezes nossos pais não podiam comprar nada para nos dar”, lembra o sargento.

Entretanto, a iniciativa partiu da mãe das coordenadoras Rita e Regina Penna, que hoje são responsáveis por zelar e organizar as sacolinhas. Na primeira entrega, 400 presentes foram entregues e neste ano são 2550 crianças esperando pela festa, que acontecerá na própria base.

Já a conhecida Trilha de Noel, organizada pela Associação Projeto Tam Tam está no seu oitavo ano e leva a magia do espírito natalino a diversos pontos de Santos. O grupo não tem pretensões de trabalhar de forma institucional e para tal fazem do encontro com as crianças, um momento de celebração da vida levando música, dança e brincadeiras.

A festa, que acontece na terça-feira (23), traz algumas novidades. “Este ano vamos presentear as crianças da Área Continental, nos bairros Caruara, Monte Cabrão e Ilha Diana, através da colaboração de Diego Sanches, que nos cedeu seu barco”, afirma Claúdia.

Quem tiver interesse em doar brinquedos ou materiais para embrulhar os presentes, basta se dirigir ao Café Teatro Rolidei, neste domingo e segunda-feira e deixá-lo com algum voluntário. (3º piso do teatro Municipal Brás Cubas – Av. Pinheiro Machado, 48).

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