Com 12 cidades – de um total de 246 municípios – o Brasil tem condições de ampliar o número de cidades criativas.
Para tal, cabe ao Governo Federal criar uma rede nacional de redes criativas brasileiras, a exemplo do que ocorre na Indonésia.
E assim, escolher os próximos municípios que poderão concorrer para serem selecionados para a disputada lista da Rede de Cidades Criativas da Unesco.
A informação é do diretor-geral adjunto de Cultura da Unesco, Ernestto Ottone Ramirez.
Ele participou de entrevista coletiva nesta terça (19), ao lado do prefeito Rogério Santos, de Santos (SP), e da secretária de Turismo, Selley Storino.
Prefeito Rogério Santos e diretor da Unesco, Ernestto Ottone Ramirez, falaram sobre o evento, o primeiro a ser realizado na América Latina. Foto: Nando Santos
Dessa forma, a cidade do litoral paulista abriga a 14ª Conferência Anual da Rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura – Unesco.
Além de Santos, integram a listagem nacional as cidades de Salvador (BA), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campina Grande (PB).
E ainda: Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Paraty (RJ), Recife (PE) e Brasília (única, aliás, que não participa da Expo, feira de exposições que ocorre no Pavilhão do Centro de Convenções, na Ponta da Praia).
Dessa forma, cidades brasileiras criativas mostram seus materiais e produtos durante a Expo, que prossegue até sexta, no Pavilhão do Centro de Exposições da Ponta da Praia, em Santos. Foto: Nando Santos
Assim, o evento prossegue até sexta (22) em relação às atividades técnicas e de exposição.
E até domingo (24) em relação às ações culturais, concentradas no Centro Histórico de Santos. (acesse)
Política pública
Segundo o representante da Unesco, a pandemia serviu para mostrar como os artistas estiveram entre os grupos que mais sofreram em razão da Covid-19 em todo o mundo.
“Os artistas necessitam do retorno financeiro do seu trabalho. Há necessidade dos governos criarem ferramentas para enfrentar crises, como uma pandemia, e ter programas permanentes de políticas públicas e não para soluções momentâneas”, salientou.
Assim, o evento da Unesco era para ter ocorrido em 2020, mas só foi possível agora, dois anos depois do previsto, em razão da melhora do cenário pandêmico.
Ramirez elogiou a estrutura oferecida pela Cidade, especialmente em relação ao Centro Histórico de Santos, “um patrimônio vivo para a economia criativa”, salientou.
Dessa forma, o prefeito Rogério Santos (PSDB) citou como exemplo a criação das Vilas Criativas (são 10), oferecendo cursos de qualificação em várias áreas.
Assim, em 2019, a cidade registrou mais de 13 mil iniciativas culturais.
Por sua vez, em 2021, o número subiu para 17,8 mil, uma alta de 30,5%, mesmo diante da pandemia da Covid-19.
“Não existe uma cidade pronta. É importante o envolvimento da população tanto para a formação das pessoas como as oportunidades de empregos”, enfatizou.
Lançada em 2004, a Rede de Cidades Criativas da Unesco reúne quase 246 cidades em 90 países.
Além disso, o foco ocorre em sete áreas criativas: artesanato e arte popular, design, cinema, gastronomia, literatura, artes midiáticas e música.
Assim, Santos é a primeira cidade da América Latina a receber o evento.
Aliás, o primeiro para uma cidade que tem o cinema como seu passaporte para entrar no universo das cidades criativas.
Ao todo, 70 iniciativas voltadas a este segmento existem no Município, segundo a secretária de Economia Criativa, Empreendedorismo e Turismo, Selley Storino.
Istambul, na Turquia, receberá o evento em 2023.
Confira o vídeo da Unesco