Para muitos, o rock é como se fosse uma religião. E baseado neste peculiar ponto de vista, pode-se dizer que uma ‘missa campal’ foi realizada na noite de sábado (23), na Praça Mauá, no Centro Histórico de Santos. O show ‘Clássicos do Rock’ reuniu 10 mil fiéis amantes do ritmo que um dia já foi considerado profano, mas que na verdade provoca sensações divinas.
Quiseram os anjos que a Orquestra Sinfônica de Santos, sob regência do maestro Luís Gustavo Petri, se unisse ao talento de uma super banda, formada por Cristopher Clark (voz), Bruno Silveira (bateria), Mauro Hector (guitarra) e Paulo Faria (baixo). Junto a eles, os ‘cardeais do rock’ Philippe Seabra, Ritchie, Supla e Fernanda Abreu.
Os sinos dobravam, às 19h15, quando a guitarra de Mauro Hector na introdução de Burn (Deep Purple) ‘abriu as portas dos céus’ para uma noite memorável. A partir dali, músicos, plateia e até mesmo quem estava trabalhando entraram em comunhão.
‘Wherever I May Roam’ (Metallica) e ‘Há Tempos’ (Legião Urbana) pavimentaram o caminho para participação de Philippe Seabra, que trouxe para palco sucesso da Plebe Rude: ‘Até Quando Esperar’, e como nunca é demais rogar por ela: ‘Proteção’.
Quando Cristopher Clark voltou a assumir os vocais, em Sweet Child O’ Mine ( Guns N’ Roses ), o violonista Ulisses Nicolai (spalla da sinfônica) fez as vezes de Slash, no arranjo especialmente preparado para o concerto. Coisa dos deuses.
Na sequência, chegava a vez de Ritchie cantar ‘A Vida Tem Dessas Coisa’ e ‘Menina Veneno’, aquele tipo de canção que conecta gerações. Não era raro ver na multidão pais e os filhos, que nem sequer haviam nascido em 1983, quando a música foi lançada, cantando em um só tom.
“Sou fã dele desde os tempos da banda Tóquio. Foi amor à primeira vista”, comentou a dona de casa, contando ainda que já teve a oportunidade de conversar com o artista pessoalmente: “Ele é educado, gentil e é um ser humano fantástico”, elogiou.
E quando subiu ao palco, Supla mostrou duas faces completamente opostas: o toque celestial de ‘Something’ (Beatles) e a chama ardente de ‘Garota de Berlim’.
No trecho final do show, coube a Fernanda Abreu tocar os corações com ‘Um amor, um lugar’ – sua composição em parceria com Herbert Vianna –, para logo depois anunciar que todos ali estavam bem próximos do que tanto procuravam: ‘A Dois Passos do Paraíso’.
O show poderia se encerrar ali. Mas como diria o ditado: ‘Deus está nas coincidências’. Então, os cinco cantores voltaram ao palco para cantar ‘Bete Balanço’, sucesso da banda Barão Vermelho. E um dos líderes do grupo, o cantor Frejat, é justamente a atração deste domingo, às 19h, na Praça Mauá.
Os shows fazem parte da programação cultural do 14º Encontro das Cidades Criativas da Unesco, organizada pela Prefeitura de Santos e o Santos Convention & Visitors Bureau, com o patrocínio da DP World Santos, Terracom e Gelog e apoio do Governo do Estado de São Paulo, Sebrae-SP e o Centro de Convenções Blue Med/GL Eventos.