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Trabalho

07 DE MAIO DE 2020

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Com bolsa-auxílio atrasadas residentes em Saúde na região indicam paralisação

Contratados pelo Ministério da Saúde por meio de seleção pública para atuarem na região denunciam que trabalham há dois meses sem remuneração.

Por: Da Redação

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Desde o dia 27 de abril os trabalhadores de Santos cruzaram os braços centram esforços na tentativa de receber o auxílio-bolsa atrasado, denunciam a situação, de abandono que se encontram e pressionam o Ministério da Saúde para a efetivação do pagamento das bolsas. Após 28 dias de trabalho não receberam nenhum provimento e não recebendo nenhuma contraproposta vão paralisar o serviço a partir de amanhã (8).

Em Santos, são 24 profissionais, sendo 17 no primeiro ano de residência e sete sem pagamento desde o inicio do contrato. Todos os profissionais estão paralisados em apoio aos demais colegas. Em Praia Grande, de 28 bolsistas, sete também estão sem receber a bolsa-auxílio. São de diversas áreas da saúde como psicólogos, profissionais de educação física, nutricionistas, enfermeiros, terapeuta ocupacional, dentistas, assistentes sociais e farmacêuticos da Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS). O programa de residência teve início no dia dois de março e os profissionais sabiam que o pagamento seria creditado no mês de abril, mas o Ministério da Saúde descumpriu os cinco prazos (05/04, 14/04, 17/04, 22/04 e 24/04) para o pagamento das bolsas.

Dessa forma, o contrato foi firmado via seleção pública e com bolsa-salário paga com recursos do Ministério da Saúde se veem forçados a paralisar suas atividades em plena pandemia.

Os profissionais trabalham 60 horas semanais, sendo 80% atendendo à população nas Unidades de Saúde da Família (ou policlínicas).

São Paulo

No Estado de São Paulo, dois programas de residência paralisaram as atividades, porém em todo o País, os residentes estão sem receber suas bolsas e também podem aderir ao movimento de paralisação. São centenas de trabalhadores que estão nos hospitais, nos equipamentos de saúde mental e em diversos serviços de saúde nessa situação.

São muitos os problemas que a saúde pública e privada estão enfrentando durante a pandemia, além do atraso das bolsas-salário. Os trabalhadores da saúde enfrentam uma soma de pressões: medo da contaminação e disseminação do vírus em nossos familiares, lidar com a ansiedade dos filhos que precisam estudar em casa, além da falta de insumos e de Equipamentos Proteção Individual (EPIs) de qualidade. O Coletivo de Residentes do Programa Multiprofissional afirma em seu manifesto que, enquanto as estatísticas dizem que fazemos parte dos grupos com maior risco de contaminação, diariamente chegamos ao trabalho e não há nem máscaras que de fato nos protejam.

Na carta dos residentes da Saúde à população, os profissionais afirmam: A saúde pública enfrenta há anos as consequências do desinvestimento no SUS, que foi agravado com a Emenda Constitucional (EC) 95 aprovada em 2016 (do Teto de Gastos, que limitou e congelou o investimento em educação, saúde, assistência e segurança).

Durante a pandemia, isso se torna mais evidente, com a falta dos insumos de prevenção (como as vacinas da influenza), falta de medicamentos e equipes de saúde incompletas, sem falar do não reajuste de salário dos servidores públicos. Ou seja, os trabalhadores da saúde se encontram numa situação emergente, que depende de respostas rápidas, enquanto não se tem o básico para atender dignamente a população.

Brasil

Internacionalmente, esperava-se que o Brasil tivesse menos impactos da pandemia por contar com o SUS que cobre todo o território brasileiro com acesso universal. Porém, o governo federal segue a lógica do lucro acima das vidas. Enquanto as equipes de saúde estão nas condições citadas acima, o governo federal está relativizando o novo coronavírus, defendendo aa livre circulação e criando crises políticas nos ministérios. Incentivar a reabertura do comércio, direcionar 1,2 trilhão de reais de ajuda aos bancos sem contrapartida social e não oferecer condições para as pessoas ficarem em casa é escolher o lado dos que lucram e sobrecarregar o sistema de saúde.

Isso significa que mais pessoas se contaminarão ao mesmo tempo, caminhando para que o sistema de saúde colapse e mais profissionais que estão na linha de frente arquem com as consequências dos erros do governo. No momento em que o Ministério escolhe não pagar os residentes, escolhe também precarizar as estratégias de combate à pandemia e desassistir a população que estes profissionais atendem.

Os profissionais pedem o apoio da população para que a situação se resolva o quanto antes. A sociedade precisa saber que trabalhadores da saúde estão sem receber em plena pandemia para pressionar o Ministério da Saúde.

Assim, os residentes organizaram um fundo solidário para o pagamento das contas e a compra de alimentos Quem puder contribuir pode acessar o link: doacaolegal.com.br/c/residentesembolsa

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