A injeção da segunda parcela do 13º na economia – a ser paga até quarta (20) – anima o comércio.
Neste ano, o setor sofreu um impacto maior no primeiro semestre, mas passou a dar sinais de recuperação no segundo.
Apesar do valor ser inferior à primeira parcela – cuja data limite foi no final de novembro – em razão dos descontos do Imposto de Renda, INSS e pensões, o montante é fundamental para fazer a roda da economia girar nos dias que antecedem as festas.
Com a economia empurrada pela queda da inflação (que deve fechar o ano em 3%), o consumo vai crescer nesta reta final de ano.
O varejo paulista vive a expectativa de terminar 2017 com crescimento de 5%, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio).
A meta é que as vendas alcancem R$ 623,7 bilhões – valor R$ 28,1 bilhões maior em relação ao ano passado.
Se a previsão se confirmar, será o maior crescimento anual desde 2011.
A assistente social Vera Nascimento não quer deixar para a última hora para fazer as compras.
Assim, já se antecipou procurando por presentes.
Porém, faltaram alguns, que serão adquiridos nesta semana.
“Já estipulei que gastarei, no máximo, R$ 200,00 por compra e diminui a quantidade de pessoas que presenteava”, diz.
Vera faz parte de 27% dos consumidores da Baixada Santista que planejam gastar entre R$ 100 e R$ 200 em presentes neste Natal, conforme levantamento do Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista.
Pela pesquisa, 20% dos consumidores comprarão itens abaixo de R$ 100,00.
Comércio
“A economia brasileira está em soluços. Uma hora melhora, outra piora”, diz o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas – CDL Santos Praia, Nicolau Miguel Obeidi.
Para ele, ocorreram alguns picos do aumento de vendas no comércio, em razão da liberação do FGTS retido no primeiro semestre.
Depois com o pagamento da primeira parcela do 13º.
A expectativa, portanto, é animadora com a quitação da segunda parcela.
Segundo Obeidi, a média prevista de gasto por compra neste ano é estimada em R$ 120.
Conforme o dirigente, desde 2014 os indicadores de vendas têm caído, sendo que em 2016 foi registrado o pior cenário.
Já 2017, crê Obeidi, deve fechar com crescimento de 6% no comércio local, ligeiramente acima da média estadual.
Alguns shoppings, como o Litoral Plaza, em Praia Grande, e Parque Balneário, calculam em aumento de vendas de 8%.
Já o Miramar, de 7 a 10%.
No Praiamar, a previsão é de 5%.
A opinião do dirigente se assemelha aos resultados de otimismo da pesquisa do Sindicato do Comércio Varejista.
No levantamento, 54% dos empresários entrevistados preveem fechar o ano no azul, em cenário bem melhor do que no ano passado.
Conforme o Fecomercio, o faturamento do comércio varejista em todo o estado deve atingir R$ 65,1 bilhões.
E com alta real de 4% em comparação com o mesmo período de 2016.
Empregos temporários
Outro ponto positivo já mensurado neste final de ano foi o aumento da oferta de vagas temporárias em relação ao ano passado.
Segundo o Fecomercio, os mercados de trabalho no varejo, atacado e serviços no Estado devem somar 16.591 vagas até o último dia de 2017.
Na região, foram mais de mil novas vagas abertas nos principais shoppings.
Janeiro se aproxima
O uso do 13º salário passa pelo consumo com consciência.
“A pessoa precisa se conhecer e refletir para onde estará direcionando seu dinheiro para não se arrepender depois”, destaca a educadora financeira e diretora da unidade DSOP Santos, Teresa Tayra.
Ela recomenda que as pessoas devem analisar como atuaram nos anos anteriores em relação ao salário extra para não ficarem com a sensação que o dinheiro ‘desapareceu’, em razão de ter consumido produtos desnecessários.
Uma reserva extra é recomendável, pois janeiro traz uma série de contas extras.
São elas, IPVA, IPTU, mensalidade e compra de material escolar, despesas que acabam comprometendo boa parcela do salário.
“A pessoa precisa analisar como gasta e o que vai fazer com o dinheiro, verificando se vale ou não a pena comprar”, destaca a profissional.
Ela também é uma das diretoras da Abefin – Associação Brasileira de Educação Financeira.
Ela sugere que para a pessoa não se endividar pode reunir os colegas e familiares na realização de um amigo secreto solidário.
“É uma alternativa para não se prejudicar depois”, finaliza.
“E todos ficarão felizes”.