Com retomada lenta, Carnaval Santista carece de maior apoio | Boqnews
Venda de ingressos para o Carnaval começa nesta segunda. Foto: Isabela Carrari-Arquivo

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02 DE MARÇO DE 2019

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Com retomada lenta, Carnaval Santista carece de maior apoio

Não faltam ideias e propostas para fortalecer o Carnaval santista

Por: Da Redação

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Apesar dos desfiles das escolas de samba já terem acontecido na semana passada (dias 22 e 23) e terem consagrado a União Imperial como bicampeã do Carnaval santista, a discussão sobre a antecipação dos desfiles ainda provoca debate entre os carnavalescos.

Para o presidente da Liga Independente Cultural das Escolas de Samba de Santos (Licess) e da X-9, Benedito de Andrade, o Ditinho, o Carnaval antecipado trouxe um avanço significativo para algumas agremiações.

No entanto, ele reconhece que a essência carnavalesca se perdeu.

O primeiro ponto destacado pelo presidente das agremiações é a falta de rentabilidade que o Carnaval gera para as escolas de samba.

Na visão dele, a falta de profissionalismo e a ausência de incentivos são alguns dos motivos que proporcionam esse déficit.

“Hoje, como presidente da Liga, estou tentando mudar isso, pois o evento movimenta a economia da Cidade assim como o turismo, gerando muitos empregos”, afirma.

Outro ponto abordado por Ditinho é a dificuldade que as escolas passam para realizar os festejos.

Afinal, de acordo com ele, o local destinado ao Carnaval (Zona Noroeste) não foi bem aceito pelo público em geral.

“Vejo uma queda muito significativa no público, pois falta mais logística de locomoção e publicidade sobre o evento”, finaliza.

Segundo relato de uma pessoa que trabalhou em ambos os dias na Passarela Dráuzio da Cruz, as arquibancadas permaneceram, até por volta da meia-noite, vazias.

Contudo, em certos momentos da madrugada, os espaços foram preenchidos pelo público, especialmente nos desfiles das principais escolas postulantes ao título.

Ou seja, isso reforça a ideia de que o público só prestigia o desfile das escolas de coração e ignora os demais.

Assim, enfraquecendo o argumento de se ‘vender’ o Carnaval.

Situação melhorou

A visão do presidente da União Imperial, Luiz Alberto Martins, o Pelé, se assemelha ao do presidente da Liga.

Bicampeão pela União, o sambista acredita que as dificuldades enfrentadas pelas agremiações são causadas pela falta de recursos financeiros.

Na visão dele, o cachê que a Prefeitura dispõe às escolas não cobre um terço dos gastos.

Atualmente, o repasse feito às escolas do Grupo Especial é de R$ 85 mil.

O segundo descontentamento de Pelé é em relação a data quando ocorre o Carnaval.

Afinal, para ele, a festa deveria acontecer no dia oficial, ou seja, no próprio Carnaval – e não uma semana antes.

No entanto, ele visualiza uma situação benéfica para a antecipação, pois acaba não conflitando com os festejos de São Paulo e do Rio de Janeiro.

“Muitos dos profissionais que desfilam em Santos estão em São Paulo. Por exemplo, passistas, mestre sala e porta-bandeira, entre outros”, salienta.

Na visão dele, a volta das arquibancadas neste ano – como já ocorrera em anos anteriores -, mas abolido nos dois últimos desfiles em razão da crise financeira, fez com que o público se mostrasse mais participativo da festa.

 

Pelo segundo ano consecutivo, a União Imperial é a campeã do Carnaval Santista. Foto: Isabela Carrari

 

Saída da Passarela?

Durante o programa Entrelinhas, na Rádio Santos FM, o secretário de Gestão de Santos, Carlos Teixeira, que já foi dirigente de escola de samba (X-9), ressaltou que após a saída dos desfiles da orla da praia no final do século passado aconteceu um baque forte para o turismo regional.

Outro destaque abordado foram as apresentações das escolas durante no primeiro dia de desfile.

Segundo ele, na sexta (22), algumas das agremiações deixaram a desejar nas apresentações, o que refletiu no pouco público dentro do Sambódromo.

“Eu acho que precisamos diminuir ou acabar com algumas agremiações, porque não existem condições de se apresentarem.

Por fim, o secretário alerta para o contingente de prédios nas redondezas da Zona Noroeste, construídos próximos à Passarela Draúzio da Cruz, nos últimos anos.

Segundo ele, a falta de terrenos está dificultando a existência de um local de apoio aos carros alegóricos.

Ele acredita que para 2021 um novo local terá que ser encontrado.

Questionada sobre uma possível troca de área, a Secretaria de Cultura de Santos (Secult) afirmou que não existe esta possibilidade.

A pasta ainda informa que neste ano o investimento feito no Carnaval foi de R$ 3 milhões.

Na visão da Secult, o montante disponibilizado para a festa foi considerado importante para a Cidade.

“O valor movimenta uma cadeia econômica criativa que envolve mais de 25 mil pessoas que trabalham nos barracões das escolas”, finaliza, em nota.

Campanha da Fraternidade

Na próxima Quarta-Feira de Cinzas (6) tem início a Campanha da Fraternidade, com missas em várias paróquias nos períodos da tarde e noite.

A abertura ocorre na Catedral de Santos, às 9h, com missa celebrada pelo bispo D. Tarcísio Scaramussa e presença de sacerdotes, diáconos, religiosos e leigos das paróquias da Baixada Santista.

Este ano, o tema da campanha é Fraternidade e Políticas Públicas.

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