Com 4,3 quilômetros de extensão, desde o Centro Histórico até o Boqueirão.
Aliás, única via que liga os extremos – de forma reta – da ilha (da praia ao cais).
Dessa forma, de comércio intenso, passando por unidades médicas variadas (hospitais e clínicas), centros de ensino (escolas e universidades), escritórios, prédios comerciais, edifícios residenciais, bares e restaurantes.
Esse é um resumo da Avenida Conselheiro Nébias, uma das principais da Cidade.
Assim, o que hoje poucos sabem ao passar nessa importante via de Santos é quem foi o personagem que dá nome a ela.
Afinal, quem foi o Conselheiro Nébias?
Com a ajuda do historiador José Dionísio de Almeida, que há 20 anos atua na Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), chega-se à resposta.
Assim, Conselheiro Nébias foi o santista Joaquim Otávio Nébias, conselheiro político do imperador Dom Pedro II.
Nascido em 1º de junho de 1811, ele era uma pessoa conhecida e respeitada no mundo político.
Antes da famosa “Conselheiro” existir, para se chegar à Orla o trajeto era feito pelo Caminho Velho da Barra.
Ele começava no antigo Largo da Matriz (atual Praça da República), e passava pelas ruas Braz Cubas e Luiz de Camões.
Inicialmente chamada de Rua Otaviana, em 1887, a via recebeu o atual nome de Conselheiro Nébias por indicação do vereador João Manuel Alfaia Rodrigues.
Por sua vez, a importância da “Conselheiro” como via de acesso do Centro para a Orla se notabilizou, explica o historiador, nas décadas de 40 e 50, quando boa parte da população santista morava nos bairros da Região Central.
Nesse período, muitos médicos receitavam como “terapia” para vários males um banho de mar, e os deslocamentos entre as duas partes da Cidade se dava pela avenida.
Além disso, Dionísio revela outra curiosidade do trecho final da Conselheiro Nébias: o bairro Boqueirão tem esse nome porque, vindo do Centro, remete a uma enorme boca.
Assim, devido às dificuldades de acesso, as pessoas ficavam deslumbradas com a dimensão do mar, que muitos não tinham visto.