O contrato de financiamento e linha de crédito da Caixa Econômica Federal por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES – Saúde) com a Santa Casa de Misericórdia de Santos no valor de R$ 94 milhões foi assinado na última terça-feira (29).
Com dois anos de prazo, o empréstimo tem o objetivo de auxiliar na delicada situação na qual o hospital vem passando. O provedor da Santa Casa, Felix Alberto Ballerini, disse que a prioridade será saldar dívidas contraídas com médicos e funcionários. Muitos empregados, inclusive, ainda não receberam qualquer parcela do 13º salário. Ao todo, 3.689 pessoas trabalham no hospital.
Os R$ 94 milhões são a primeira etapa do total de R$ 140 milhões solicitados. O repasse do valor restante (R$ 46 milhões) dependerá da autorização do Ministério da Saúde e da Caixa Econômica Federal, pois a instituição somente pode captar até 30% dos recursos que recebe do Sistema Único de Saúde (SUS).
Problemas crônicos
A Santa Casa vem passando por situação financeira delicada há algum tempo. Ballerini chegou a dizer que o local poderia fechar as portas caso os problemas não fossem resolvidos. “Hoje estamos abertos, amanhã já não sei”, disse na ocasião.
Em julho e agosto deste ano, reportagens já abordavam o problema e a dificuldade do hospital em se manter, isso devido à dívida milionária de R$ 180 milhões. Segundo o provedor, “a cada mês há déficit de R$ 2 milhões a R$2,5 milhões”, explica.
Em entrevista coletiva no início de dezembro, Ballerini afirmou que o empréstimo não iria resolver os problemas e sim amenizá-los.
“A sociedade não está olhando para Santa Casa. Sempre precisou e vai continuar precisando da ajuda da população. Os R$10 de contribuição voluntária no IPTU não será suficiente para sanar as dificuldades. Os grandes empresários da região devem olhar diferente para Santa Casa”, disse à época.