Os cruzeiros marítimos ganharam as manchetes dos noticiários nas últimas semanas. O surto de Covid-19 nas embarcações acabou saindo do controle.
A disseminação do vírus era uma das preocupações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quando a temporada de cruzeiros foi liberada em novembro. Tanto que a agência determinou uma série de protocolos de segurança, como o esquema vacinal completo, o teste negativo para Covid-19 e a capacidade máxima em 75%, o distanciamento de 1,5m, além da permissão apenas para navegar na costa brasileira.
Apesar da série de restrições, a Covid-19 chegou aos cruzeiros com alta taxa de transmissão.
A situação se agravou nas últimas semanas de dezembro, quando as notificações começaram a crescer. Para se ter uma ideia, a Anvisa registrou mais de 800 casos de Covid-19 nos cruzeiros marítimos desde o início da temporada, 96% destas notificações foram após o Natal. O MSC Splendida, por exemplo, preciso entrar de quarentena no Porto de Santos, assim como o Costa Diadema.
Reflexos
A situação dos cruzeiros deixou os passageiros desesperados, em vídeos circulados nas redes sociais, é possível ver a dificuldade das pessoas para poder pegar um pedaço de pizza.
Passageiros
A empresária Vanessa Rajomes iria embarcar no cruzeiro MSC Splendida no dia 2 de janeiro. A embarcação tinha como destino as cidades de Porto Belo, Balneário Camboriú e Rio de Janeiro, ela estava acompanhada de sua filha de 9 anos e a sogra. Vanessa Rajomes conta que a MSC deu suporte para os passageiros. “Eles enviaram um e-mail, com horários diferentes para não haver aglomeração no embarque e na testagem da Covid-19 no Terminal”. A empresária salienta que chegou pela manhã no local e tudo caminhava tranquilo, porém a Anvisa não liberou a saída do cruzeiro.
“Por conta da demora, as pessoas ficaram aglomeradas no terminal, o tempo passava e não havia uma decisão, até que no início da noite, a Anvisa determinou que o MSC Splendida não poderia sair do Porto de Santos”. Ela citou que a MSC deu total suporte aos passageiros, entregando comida no terminal e oferecendo a opção do reembolso ou outra viagem.
Por fim, Vanessa Rajomes ressaltou que a parte mais triste pelo cancelamento da viagem foi das crianças que choraram por não cseguir embarcar. “Espero que resolve essa situação e que a Anvisa tenha mais transparência nas informações”, concluiu.

Vanessa Rajomes no terminal de passageiros/Foto: Arquivo Pessoal
Suspensão
Diante dos casos de Covid-19, a Associação Brasileira de Navios e Cruzeiros (Clia) decidiu suspender a operação de embarcações até o dia 21 de janeiro. Antes disso, a Anvisa recomendou a suspensão da temporada de cruzeiros.
A temporada de cruzeiros marítimos segue com uma grande incógnita, principalmente por conta do avanço da variante ômicron que tem aumento os casos de Covid-19 no Brasil de forma considerável.
Associação
A Associação dos Profissionais do Turismo da Baixada Santista (APT-BS) divulgou uma nota sobre o episódio dos cruzeiros marítimos, apoiando as empresas MSC Cruzeiros e Costa Cruzeiros que de forma prudente decidiram suspender de forma provisória a temporada de cruzeiros. “Essa atitude demonstra de forma clara o compromisso das cias marítimas (acima de qualquer situação) com seu objetivo principal, que é preservar a vida de todos, e consequentemente reforça o apoio a toda indústria do Turismo no Brasil.
A APT reconhece os esforços e declara que segue confiante nos protocolos, que de forma especial foram desenvolvidos e são aplicado pelas cias marítimas no Brasil, mantendo nosso total apoio à CLIA Brasil. Acreditamos que brevemente a Temporada de Cruzeiros será retomada, com o apoio de todas as autoridades e de todos os viajantes-cruzeiristas. A APT-BS ainda destacou que a temporada atual, que começou em novembro de 2021, tem previsão de movimentar mais de 360 mil turistas, com impacto de R$ 1,7 bilhão, além da geração de 24 mil empregos.
Ministro
Os cruzeiros maritímos podem ter uma grande mudança, o ministro do turismo, Gilson Machado já admitiu que quer expandir as embarcações durante o ano todo, sem haver mais um período específico, como ocorre atualmente.