Tudo preparado para receber as 17 Escolas de Samba que trarão brilho e alegria para a Passarela do Samba Dráusio da Cruz durante os três dias de desfile, com início neste sábado (14) e término na segunda-feira (16) (veja programação no quadro ao lado). A abertura do espaço ocorreu na última quinta-feira (12), com a presença de autoridades e dos representantes das escolas de samba.
Santos, que no passado já foi considerada por sediar a segunda maior festa do País – tenta a cada ano reconquistar o título ou pelo menos se reafirmar no cenário nacional. Dos recursos municipais destinados à pasta da Cultura, o Carnaval é o evento que mais recebe verbas.
Para o presidente da Liga santista das Escolas de Samba, Heldir Lopes Penha, o Aldinho, a expectativa para os desfiles deste ano são as melhores possíveis. “A evolução tem sido crescente a cada ano e o nível já está bem melhor do que quando recomeçamos”, conta.
Novas regras
Neste ano, as regras foram modificas no intuito de tornar os desfiles mais competitivos, principalmente com a criação do Grupo 1 para as escolas que caírem este ano e que já não receberão verbas da prefeitura para o próximo Carnaval.
“Mudamos o regulamento, no intuito de dar uma dinâmica maior ao evento. Teremos no próximo ano nove escolas no grupo Especial, cinco no grupo de Acesso e quatro no grupo 1, que antes não existia”, explica o secretário-adjunto de Cultura, Rafael Leal. Estas mudanças já impactarão no desfile deste ano dando mais qualidade às apresentações.
“Nos barracões já observamos carros alegóricos com mais qualidade e em maior quantidade, além das fantasias. As escolas estão investindo mais. E a mudança do regulamento foi a grande diferença”, ressalta.
Para Aldinho, que está na presidência da liga há seis anos, as novas regras apenas contribuem com a qualidade das escolas de samba e o intuito, segundo ele, é que até 2017 o Grupo Especial passe a ter apenas oito escolas. Já para o Rei Momo, representado por João Paulo Rivera, qua acompanha de perto as escolas, as mudanças são positivas desde que a emoção não seja colocada de lado dando espaço apenas para o parte técnica.
Segurança
Na última quarta-feira (11), a prefeitura divulgou o esquema de segurança. Na área interna do complexo, por exemplo, 100 guardas municipais (GM) farão o patrulhamento a cada dia de desfile, com apoio de oito viaturas. Já a ronda externa e a revista para entrada nas arquibancadas será executada pela Polícia Militar, que também terá à disposição viaturas e 100 soldados por noite. O sambódromo terá, ainda, 85 controladores de acesso por noite.
Local garantido?
Nos últimos anos a Zona Noroeste – região escolhida há uma década para ser a sede do Carnaval santista – passou por muitas transformações e assim como todos os bairros se desenvolveu ganhando novos empreendimentos imobiliários e comerciais. A região, antes mais pacata, tem ganho novos moradores em torres que antes não existiam. Tais mudanças trazem uma pergunta: há a possibilidade do desfile ter que mudar de local no futuro? De acordo com o secretário-adjunto de Cultura Rafael Leal, esta é uma questão que deve ser debatida dentro da Comissão de Planejamento, que se reúne durante todo o ano. “Comissão que tem integrantes de todas as secretarias, Crea, CPFL… É atuante. No ano passado, modificamos o Carnaval inteiro e já estamos pensando no carnaval de 2017. Nesta questão, 2016 não terá tanto impacto. Há 10 anos, não tínhamos o Centro Cultural, mas também não existiam os prédios e em cinco anos tudo estará diferente. Para não termos surpresas, a Comissão já discute o Carnaval da forma como é feita e quais adaptações precisarão ser realizadas. A princípio, não passa na nossa cabeça esta possibilidade de mudança, mas ações para minimizar ao máximo o impacto no entorno”.
Rei do Carnaval
O Rei Momo está “oficialmente” no comando do município, desde o último domingo (8), com a entrega da chave da Cidade pelas mãos do prefeito Paulo Alexandre Barbosa durante o Carnabonde. Para quem não conhece a história, o personagem vem da mitologia grega, que personificava a ironia e o sarcasmo.
Vivendo o personagem, desde 2012, está o santista João Paulo Rivera. Professor da rede particular de ensino, João Paulo, que é formado em Artes Visuais, conta que conciliar a rotina do trabalho com a programação de Carnaval não é tarefa fácil, mas que as escolas compreendem e muitas vezes o liberam, deixando até que chegue atrasado para depois compensar. As crianças, no entanto, são as que mais gostam de ter por perto o Rei Momo. “Na visita ou mesmo quando nos encontramos na rua, sempre dou uma atenção especial. Eles acham o máximo esta aproximação”, conta.
A expectativa do Rei Momo para os desfiles deste ano é a melhor. Para ele, a cada ano acontecem mudanças e evoluções importantes. “Estamos conseguindo crescer cada vez mais e quem sabe um dia podemos conquistar novamente o espaço que tínhamos no roteiro do Carnaval no País, sendo considerado por muitos anos o segundo melhor desfile. O que não podemos deixar nunca de lado é a emoção e transformar a festa em apenas técnica”, conta João Paulo.
Com experiência como ator, João Paulo conta que o Rei Momo é um personagem muito especial de interpretar e vivenciar. E não basta ter apenas samba no pé, pois precisa conhecer a tradição e também estar inserido na cultura carnavalesca, além de estar preparado para a maratona de ensaios, blocos, entrevistas e sempre e esbanjando simpatia e alegria.
“A melhor parte é o carinho que recebemos de todos nas comunidades por onde passamos. Todos recebem a Corte Carnavalesca com muito carinho e atenção”, ressalta.