Depois da Páscoa, que registrou vendas decepcionantes, o comércio espera um Dia das Mães também morno.
Eletrônicos e eletrodomésticos, que nos anos de ascensão da classe média figuraram entre os presentes preferidos, podem ter desempenho desanimador desta vez.
A estimativa para a venda de perfumes, outro best seller da data, não é das melhores. Nem as flores, opção de última hora, parecem boa alternativa neste ano, segundo análise da FecomercioSP.
“Essas datas são relevantes para o comércio, mas nossa primeira data comemorativa, a Páscoa, teve resultado frustrante”, diz o assessor econômico da FecomercioSP, Vitor França, citando a queda de 0,3% nas vendas da Páscoa ante 2014, conforme dados da Boa Vista SCPC.
“O consumidor vai evitar se endividar para comprar presente. Deve optar por um pagamento à vista, sem crediário, sem juros. Por isso, provavelmente, eletrodomésticos e eletroeletrônicos não devem aparecer entre os mais vendidos”, diz o economista.
O índice de intenção de consumo das famílias, medido pela entidade, atingiu 105,7 pontos no mês passado, o nível mais baixo da série histórica iniciada em 2010.
O indicador da FecomercioSP relativo à compra de bens duráveis chegou aos 82,3 pontos e permanece inferior a 100 há 11 meses.
Inflação, juros altos, incertezas no mercado de trabalho, redução no crédito e anúncios de medidas recessivas são fatores que devem interferir na escolha do presente, explica França.
Procurada para comentar sobre suas expectativas para o Dia das Mães, a Eletros (associação dos fabricantes de produtos eletroeletrônicos) não quis se manifestar.