Igreja e política sempre estiveram vinculadas na história da Humanidade, seja para o lado positivo ou negativo dos fatos. A Diocese de Santos, que agrega todas as cidades da Baixada Santista, está promovendo uma campanha de orientação pelo voto consciente por meio da Pastoral da Cidadania. Criada há cinco meses, a equipe trabalha na questão sócio-política, sendo responsável pela elaboração do conteúdo distribuído em formato de folder, baseado em informações coletadas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, além da cartilha produzida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Panfleto
O impresso, que não assume nenhuma candidatura, incentiva cristãos tanto a se tornarem políticos como a serem eleitores mais conscientes. Intitulado “orientações para o voto consciente” traz esclarecimentos sobre a atuação de vereadores – na criação e votação de leis, fiscalização do Poder Executivo e atenção às necessidades da comunidade – e do prefeito – execução da administração geral do município, apresentação de projetos de lei e elaboração de programa voltado às necessidades coletivas. Panfleto também alerta sobre como a política influencia a vida do eleitor, estando ele interessado ou não no campo político.
Segundo o coordenador da Pastoral da Cidadania, Ricardo Fischer, a ideia é que fossem destacadas as funções dos cargos disputados nas eleições para esclarecer que as coisas são importantes. “Fazemos palestra também para tirar os mitos, como o de que o voto nulo anula a eleição e que o branco vai para o candidato com mais votos”, diz.
Esse material é encaminhado às comunidades, que também recebem palestras conhecidas como “Formações sobre Eleições”. Com 92 anos de existência, a Diocese comandada pelo bispo Dom Tarcísio Scaramussa retoma o desenvolvimento desse projeto que acontece em outras dioceses do país. Os trabalhos de conscientização são incentivados pela Igreja Católica, que também proíbe o apoio de padres a candidatos em atos religiosos, como nas missas.
Os clérigos também são proibidos de assumir cargos públicos, segundo o Código de Direito Canônico, validado há 33 anos pelo Papa João Paulo II. Nas eleições municipais de 2014, 18 padres foram candidatos a cargos estaduais e federais. Quatro se elegeram e sete assumiram os cargos de suplente. Quando isso acontece, o então político deve renunciar à ordenação sacerdotal.