Pelo menos 1 em cada 3 santistas que já deveriam ter tomado a dose de reforço da vacina contra a Covid ainda não retornaram aos postos de saúde.
Em números, são cerca de 30 mil pessoas que ainda não tomaram a terceira dose, apesar de já estarem dentro do prazo preconizado pelas autoridades de saúde.
Até o meio da semana, este prazo era de cinco meses – anteriormente, eram seis – e foi antecipado para quatro meses para todas as vacinas, inclusive as de dose única como a da Janssen, agora com intervalo de dois meses.
No entanto, no caso de Santos, raras foram as pessoas que a tomaram.
O secretário de Saúde de Santos, Adriano Catapreta, tem na ponta da língua os números de vacinados até sexta: 335 mil tomaram a segunda dose da vacina e 81.308 a dose de reforço.
“De 66 a 70% da população que estava dentro do prazo para receber a dose de reforço já se vacinou, mas precisamos que os demais voltem aos postos de saúde para receberem a dose complementar”, salienta o médico.
“Algumas pessoas têm medo de tomar a terceira dose. Devem lembrar que a reação da vacina é infinitamente menor que os riscos da doença”, acrescentou.
Ele participou do Jornal Enfoque-Manhã de Notícias desta sexta (3), onde falou sobre este e outros assuntos.
Dose de reforço
No caso da vacinação, há preocupação com o elevado número de pessoas que precisam tomar a dose complementar pelo fato de estudos apontarem que há uma significativa queda de anticorpos a medida que o tempo passa após a aplicação da segunda dose.
Por exemplo, no caso da vacina da Pfizer/BioNTech há uma redução significativa de sua eficácia cerca de dois meses após a aplicação da segunda dose.
No caso, ela passa de 88% para 47% de proteção.
É o que mostram os estudos realizados em dois países e publicados em outubro no periódico científico New England Journal of Medicine.
“Faço um apelo para que as pessoas se vacinem com a dose de reforço”, ressalta.
A preocupação cresce na mesma proporção das incertezas decorrentes da variante Ômicron, já presente em São Paulo, entre outras localidades no mundo.
Assim, de forma a ampliar o alcance, Catapreta prometeu que haverá redução da faixa etária – atualmente em 40 anos – para a aplicação da dose de reforço a partir de segunda (6).
“Faremos uma redução drástica da faixa etária”, adiantou, sem citar as idades.
Não bastasse, Catapreta também falou da atual situação do município em relação aos leitos Covid, que ele considera em um patamar positivo.
Porém, reconhece que o cenário pode sofrer alterações de acordo com o comportamento do vírus.
“O município tem condições de retomar a abertura de leitos, se necessário”, salientou.
Animais na praia
Assim, na entrevista, ele também falou sobre ações para o Réveillon, Carnaval.
E também sobre como funcionará o comitê de pesquisa formado por profissionais para avaliar o impacto da presença dos animais nas praias de Santos.
Além disso, ele abordou também sobre o aumento da demanda represada de pacientes com outras doenças, mas que o município tem absorvido.
Não bastasse, citou como exemplo a abertura de policlínicas aos sábados em forma de revezamento e também reforços e remanejamentos no Ambulatório de Especialidades Nelson Teixeira, no Macuco.