Quando uma boa dupla se une geralmente o resultado no trabalho é satisfatório, independente da área. Agora imagina juntar amizade, faculdade, TCC – Trabalho de Conclusão de Curso e pandemia. Parece um roteiro de filme, mas foi o que aconteceu com as jornalistas Luiza Pires e Nara Vasconcelos.
Amigas desde o início da faculdade em 2017, elas decidiram criar um projeto de trabalho de conclusão de curso (TCC) voltado para as mulheres. Dessa forma, as duas uniram o empoderamento feminino com a paixão pela música e fizeram o portal Mulheres na Cena, que tem como finalidade contar histórias e noticiar as lutas das mulheres pela profissionalização e reconhecimento artístico.
Segundo Luiza Pires, a escolha do formato do projeto ocorreu nos primeiros meses de 2020. “Optamos por um site, pois a plataforma dá uma possibilidade de disponibilizar diversos conteúdos, seja em texto, áudio ou vídeo. Além disso, a divulgação nas mídias sociais foi outro ponto importante”, destacou.
Dupla entrou na faculdade de jornalismo no ano de 2017/ Foto: Divulgação
Desafios na pandemia
Para realizar o trabalho, a dupla precisou lidar com alguns desafios, como a falta de referências bibliográficas sobre a mulher na música, pois muitos veículos valorizam muito mais a roupa da artista do que propriamente o trabalho. Porém, nenhum desafio foi maior que a pandemia da Covid-19, na qual afetou diretamente o trabalho não só dá dupla, como de toda a turma do curso de Jornalismo da Unisanta.
De acordo com Nara Vasconcelos, lidar com a pandemia foi a maior dificuldade durante a realização do projeto, principalmente por ter perdido pessoas próximas “Milhares de brasileiros estão morrendo por dia. Isso acabou abalando o psicológico. Manter-se firme com todos esses acontecimentos foi o maior desafio”, enfatizou Nara.
O projeto
Reportagens trazem boas histórias de artistas da região/ Foto: Reprodução
O desenvolvimento do projeto, entregue no início de 2021, passou por uma série de etapas. Em um primeiro momento, a dupla precisou definir as pautas que entrariam no site e buscaram inovar no conteúdo trazendo temas importantes, como a mulher no funk, desde o surgimento nas comunidades brasileiras até os dias atuais onde diversas artistas estão ganhando espaço neste gênero que foi amplamente dominado por homens por décadas.
Outra reportagem especial fala sobre a luta feminina no rap que começou a ganhar destaque na década de 90. A matéria aborda as principais artistas do estilo, como Negra Li e Cynthia Luz, além de repercutir as batalhas de rap, um fenômeno nos últimos anos, com a entrevista de Dre Araujo que começou a fazer rimas na Av. Conselheiro Nébias e hoje já conseguiu se firmar no rap nacional.
A participação da mulher em bateria de jogos universitários também foi um ponto interessante abordado no trabalho. Nara ressalta que a escolha das reportagens foram pensadas justamente para atrair o público feminino de todos os gêneros, não se privando apenas das artistas que fazem mais sucesso. Além disso, as matérias enfatizam as artistas da Baixada Santista, como as mulheres da banda Noite Cinza.
Identidade
Logo do projeto
O site Mulheres na Cena, como todo projeto pioneiro, está começando a ganhar conteúdos. Além das reportagens, a plataforma disponibiliza resenhas, lançamentos e indicações de artistas e músicas. A parte visual é outro ponto preponderante para a identidade do projeto aprovado pelos professores do curso. Luiza Pires citou que o processo visual de artes e logos foram feitos com cores fortes para criar um impacto positivo ao leitor.
Futuro
Luiza e Nara ressaltaram que pretendem levar o projeto para artigos científicos e querem dar continuidade às matérias no site principalmente com as artistas da Baixada Santista.
Para saber detalhes, acesse www.mulheresnacena.com