A partir de janeiro de 2013, Santos terá um prefeito de cara nova. Literalmente. Eleito no último dia 7 de outubro em um pleito histórico, desbancando outros oito concorrentes, dois deles ex-prefeitos, além do apoiado pelo atual chefe do Executivo, o deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) chega ao cargo máximo no Município aos 33 anos. E uma experiência política impressionante.
Num meio onde é cada vez mais crescente o apelo por novas lideranças, que tragam um discurso diferente da mesmice que se tornou a política, graças aqueles que desejam se perpetuar no poder, Barbosa viu suas propostas terem uma elevada aceitação no povo santista. E é com esta esperança, a de que a cidade vai se renovar, que ele alcançou os 144.827 votos que o fizeram o segundo mais novo prefeito de Santos (atrás, apenas, de Silvio Fernandes Lopes que tinha 32 anos quando exerceu seu primeiro mandato em 1957).
A eleição de 2012 quebrou diversos prognósticos. Um deles foi o da transferência de votos. Mesmo do alto de seus mais de 70% de aprovação e de um governo tranquilo, com poucas crises, João Paulo Tavares Papa não conseguiu transferir toda a aceitação para o candidato situacionista, Sérgio Aquino.
O ex-secretário de Assuntos Portuários não conseguiu empolgar o eleitorado santista e sempre apareceu nos levantamentos entre a terceira e quarta colocações, o que acabou se confirmando nas urnas.
Numa campanha em que houve pouca “oposição” ao atual mandatário, ora por sua alta aprovação, ora pela proximidade dos principais concorrentes com o atual prefeito, a população santista tentou achar um discurso diferente em meio aos nove candidatos, já que quase todos mostravam perfis próximos. E foi aí que Paulo Alexandre Barbosa conseguiu alavancar a sua candidatura e consagrar sua vitória ainda no primeiro turno.
“Não tinha como falar mal da (atual) administração, pois fizemos parte dela. O eleitor cobra muito isso, a coerência. Não é porque o prefeito não me apoiou que vou atacá-lo”, frisou o eleito, recordando que o vice de Papa é de seu partido (Carlos Teixeira Filho). Barbosa será o primeiro tucano a assumir a chefia do Executivo santista.
“O eleitor de Santos tem um perfil completamente diferente ao de outros lugares. Ele não aceita um comando. Quer conhecer, avaliar e julgar. É muito politizado”, enumerou o tucano, lembrando das duas campanhas que fez como deputado estadual, quando teve a oportunidade de percorrer diversos lugares do Estado. Suceder um prefeito que tem índices tão expressivos de votação será um dos grandes desafios de Paulo Alexandre, mas ele se diz preparado para tal função. “A responsabilidade é muito grande, pois o Papa fez um excelente trabalho”.
Partidos – A Câmara santista voltará, em fevereiro de 2013, a ter 21 vereadores. E a nova composição vem com algumas novidades. O PSDB também fez história no Legislativo santista, pois fez um número recorde de cadeiras na Câmara: seis. É a primeira vez na história política recente que um partido elege um número tão grande de parlamentares.
A coligação que deu suporte ao novo prefeito de Santos também será maioria no parlamento santista: 13 vereadores. As outras oito cadeiras estão distribuídas desta forma: quatro para o PMDB; duas para o PT, PR, PSB e DEM e uma para o PPS, PRP e o PTB.
Outro fator que chama a atenção é que nesta legislatura não há qualquer mulher, ante duas que foram eleitas nesta última (Telma de Souza e Cassandra Maroni, ambas do PT). O índice de renovação da Câmara chegou a 48%.
