Em crise, Santa Casa pode suspender serviços do SUS | Boqnews
Foto: Rodrigo Bertolino

Problemas

21 DE AGOSTO DE 2015

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Em crise, Santa Casa pode suspender serviços do SUS

Para amenizar déficit, hospital entrou com pedido de empréstimo junto ao BNDES no valor de 140 milhões

Por: Da Redação

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Atualmente, a entidade conta com mais de 700 leitos e é o principal hospital da Baixada Santista, atendendo também ao Vale do Ribeira

Atualmente, a entidade conta com mais de 700 leitos e é o principal hospital da Baixada Santista, atendendo também ao Vale do Ribeira

Fundado em 1543, o primeiro hospital do Brasil, enfrenta problemas críticos. A Santa Casa de Misericórdia de Santos passa por uma das piores crises financeiras de sua história. Funcionários com salários atrasados e uma dívida que ultrapassa R$ 160 milhões preocupam a instituição.

Para amenizar o déficit, o hospital entrou com pedido de empréstimo junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no valor de 140 milhões no final de 2014. A alta cúpula da entidade afirma que necessita o quanto antes da liberação da verda, pois já há falta de medicamentos e utensílios básicos de saúde.

Caso os trâmites financeiros demorem a serem resolvidos por mais algumas semanas, a Santa Casa corre o risco de suspender o atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde) por tempo indeterminado.

O provedor da Santa Casa, Félix Alberto Ballerini, admite a crise e afirma que o déficit mensal chega a R$ 4 milhões. “Precisamos desse empréstimo. Contamos com o apoio em especial do ministro da Saúde, Arthur Chioro, que é santista. Ele garantiu que até o final do mês haverá um decisão sobre o caso. Esse valor não sana as dívidas, pois a cada mês que passa as dificuldades vão aumentando.Não temos um plano B”, ressalta.

Ballerini diz que esse dinheiro do empréstimo não será repassado de uma única vez. “Ele virá pela margem SUS, ou seja, 30% do faturamento mensal do atendimento SUS você pode utilizar como prestação de uma dívida. É a melhor garantia que existe, pois o dinheiro nem vem para nós. Sai do Ministério da Saúde para o credor. Seria como um empréstimo consignado”.

Atualmente, a entidade conta com mais de 700 leitos e é o principal hospital da Baixada Santista, atendendo também ao Vale do Ribeira. O diretor clínico da Santa Casa, José Camargo Barbosa, compara o hospital com um transatlântico em inércia e comenta que poderá haver um colapso na saúde regional, pois a maioria das cirurgias é feitas na instituição.

Os salários atrasados dos médicos e funcionários também surge como outro complicador. De acordo com a diretora financeira da Santa Casa, Mirian Cajazeir0, o hospital não consegue manter um equilíbrio nas contas. “Ou cortamos despesas ou aumentamos as arrecadações. Precisamos de integração entre os médicos e a diretoria. Apenas esse empréstimo não resolverá os problemas”, salienta.

Reformas

Apesar das dívidas, o parque tecnológico do hospital está sendo reformado e ampliado. Serão feitos mais 26 leitos e uma UTI pediátrica. O provedor da Santa Casa enfatiza que essas verbas foram liberadas impreterivelmente pela Justiça para essa finalidade. “Não posso destinar esse dinheiro para pagar médicos ou dívidas. Preciso prestar contas dessa verba e mostrar todo o cronograma dessas obras para o Judiciário”.

Outro lado

A assessoria do BNDES informa que a operação não é tão ágil quanto a direção da Santa Casa deseja. O pedido de empréstimo chegou na semana passada ao banco. O prazo para análise de liberação ou não das verbas varia entre 30 a 90 dias. Neste cenário, portanto, não há certeza de que sairá a liberação no período pretendido pelos diretores. A Caixa Federal será o agente financiador.

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