Empatia em tempos de pandemia

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Em um momento tão difícil de pandemia do novo coronavírus, surge a solidariedade e o trabalho de diversas pessoas para ajudar os mais necessitados. 

Por isso, é de extrema importância a ampliação de programas sociais.  

O Governo do Estado anunciou a abertura de todas as 59 unidades do Bom Prato, aos finais de semana, com oferta de café de manhã (R$ 0,50), além de almoço e jantar (R$ 1,00 por refeição). 

Em Guarujá, o Programa Viva Leite retornou as atividades na última segunda-feira beneficiando mais de 300 famílias.  

Além disso, as escolas municipais estão servindo almoço para os alunos, pois, infelizmente, em alguns casos, essa é a única refeição ao longo do dia. 

Já em São Vicente, a iniciativa das ‘Ações Humanitárias’, criada pela Secretaria de Assistência Social e de Educação com parceria do Fundo Social de Solidariedade busca uma série de doações, principalmente de alimentos e produtos de higiene aos mais necessitados. 

A solidariedade está presente em várias áreas da Baixada Santista.  

Muitos idosos que não podem sair de casa tem recebido ajuda de vizinhos, parentes ou pessoas que oferecem ajuda pelas redes sociais. 

Realidade nas ruas 

Com o menor fluxo de pessoas nas ruas e fechamento de estabelecimentos, as doações despencaram. 

Moradores de rua relatam dificuldades para conseguir uma refeição, obtida, muitas vezes, ocasionalmente. 

No Canal 1, na Vila Belmiro, pessoas ficam sob marquises de estabelecimentos fechados em razão da pandemia.  

“Dependemos da ajuda dos outros”, relata José Conceição, que, às vezes, só consegue algo para comer no final do dia quando, algum munícipe entrega-lhe algum alimento. 

Com os restaurantes e bares fechados, a oferta de comida após o expediente está cada vez mais escassa, atingindo justamente as pessoas mais vulneráveis. 

  Ações 

O Santos Futebol Clube realizou doações de produtos da Kodilar e da Kicaldo para instituições da região, como o Projeto Faça uma Criança Feliz e o Fundo Social de Praia Grande. 

Além dos 820 produtos pelos patrocinadores, o clube também doou 50 colchões para o Lar Eurípedes Barsanulfo e 10 colchões para a Help, instituição que acolhe mulheres vítimas de violência doméstica. 

Outras instituições e empresas privadas estão fazendo doações.  

No entanto, insuficiente para atender a elevada demanda. 

A Reportagem do Boqnews entrou em contato com diversas entidades e projetos. O relato é o mesmo: a situação está cada vez difícil. 

A Pró Viver Obras Sociais e Educacionais, localizada no Centro de Santos e que atende cerca de 500 crianças e adolescentes desenvolvendo atividades no período do contraturno escolar, está precisando de doações de cestas básicas e recursos. 

Segundo o coordenador geral, Ricardo Peixoto, a maior preocupação da organização é com a paralisação do atendimento às crianças, pois boa parte delas só se alimenta na entidade. 

Outro grupo que necessita de ajuda são os moradores de rua.  

Fundado há 104 anos, o Albergue Noturno de Santos  realiza um trabalho voluntário fornecendo café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e material de higiene aos mais vulneráveis. 

Para o presidente Jorge Luiz Passos da Costa, a pandemia fez com que o trabalho sofresse uma adaptação. “Implantamos algumas regras para estarmos alinhados com a Secretaria de Saúde e assim preservar os albergados e voluntários. Neste momento, precisamos de doações de material de higiene, preciosamente álcool tanto gel como líquido”. 

A situação ainda é mais crítica para deficientes visuais, que usam com muito mais frequência as mãos para se localizar e locomover. Para eles, o cuidado é redobrado na higienização.  

Lar das Moças Cegas

Uma das principais instituições dessa área e referência no estado, o Lar das Moças Cegas está apenas com a parte administrativa funcionando devido à pandemia. Para manter a casa, a entidade tem uma despesa mensal em torno de R$500 mil.  

De acordo com o presidente Carlos Antônio Gomes, o tempo parado é prejudicial aos atendidos pelo Lar das Moças Cegas.  

“Quanto mais essa situação demorar – que ninguém tem culpa, obviamente -, mais tempo o assistido ficará em casa. E, sem atividade, ele fica parado, e isso não faz bem. Já não faz para nós. Para eles, é pior ainda. O Lar é como uma família”.   

Assim, para continuar com o mesmo trabalho tanto na área da Saúde como na Educação, após a quarentena, é necessário que haja doações em espécies, que podem ser realizadas pelo site lmc.org.br, ou de produtos usados para serem vendidos no bazar da instituição.  

População vulnerável 

Muitos projetos tiveram as atividades suspensas.  

É o caso do Projeto Tia Egle, na Zona Noroeste. No entanto, algumas pessoas se mobilizaram para ajudar as famílias afetadas.   

Elaine Salvador, responsável pela campanha Quarentena Solidária, do Trem Alegria Viagens, está ajudando a manter o projeto 

“Infelizmente, as famílias não têm o básico para seguir as recomendações do Ministério da Saúde. Com isso estamos montando os kits de higiene”. 

O kit é composto por 1 sabonete líquido, 1 detergente, 1 litro de água sanitária e 1 sabão em pedra. Informações pelo whatsapp (13) 98847-7182. 

Os cortiços vivem o mesmo drama. A Associação dos Cortiços do Centro  (ACC) está arrecadando doações para materiais de higiene e alimentação das pessoas que vivem no local. 

Com R$ 14,00 é possível fazer 1 kit higiene individual para um mês, entre os produtos, estão: quatro sabonetes, três sabões de pedra, uma cândida, uma pasta de dente, um saco de absorvente e quatro rolos de papel higiênico. 

As contribuições podem ser feitas na conta da associação. 

Confira a listagem de algumas entidades que necessitam do apoio da sociedade para continuar ajudando as pessoas mais vulneráveis socialmente. 

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